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Juiz promete investigar morte de 31 presos por incêndio em prisão argentina

Arquivo Geral

05/11/2007 0h00

Um juiz prometeu investigar “até as últimas conseqüências” a morte de pelo menos 31 presos que se rebelaram e provocaram um incêndio na prisão da cidade argentina de Santiago del Estero, sildenafil onde continuaram hoje os protestos de outros detentos e de familiares.

“(Os outros) estão todos muito bem de saúde, physician percorri toda a prisão e falei com todos, seek isto é o que eles querem que vocês saibam”, disse o juiz Ramón Tarchini diante de um tumulto de familiares de presos que, aos gritos, exigiam “justiça” e garantias de que não haverá “mais repressão”.

O magistrado ratificou que “por enquanto são 31” os mortos na tragédia ocorrida no início da noite deste domingo, mas evitou falar sobre o número de feridos, que fontes policiais calcularam em 30, dos quais nove estão em estado grave.

Outras fontes judiciais admitiram que o presídio, que abrigava 480 detentos, “é um edifício obsoleto” que “está no limite” de sua capacidade, enquanto advogados dos presos afirmaram que o tratamento dado a seus clientes “é desumano”.

Cem presos continuavam a protestar aos gritos em meio ao trabalho das forças de segurança para garantir o controle do presídio de Santiago del Estero, capital da província (estado) homônima, 1.150 quilômetros ao nordeste de Buenos Aires.

Em certo ponto do protesto, era possível ver por uma das janelas do presídio chamas provocadas por um colchão e lençóis queimados pelos presos, e que foram apagadas por bombeiros que permanecem no local carregando extintores e tubos de oxigênio.

Tarchini afirmou que “não há nenhum tipo de repressão desde a noite de domingo”, quando o incêndio foi controlado, logo depois de ressaltar que “todas as garantias” estão sendo dadas aos detentos.

O juiz assegurou aos jornalistas que está “tudo tranqüilo” dentro do presídio, onde, segundo ele, “a maioria” dos presos está “sob processo ou sem condenação definitiva”.

“Espero que esta tranqüilidade continue”, declarou, em meio aos gritos de pessoas que temem pela vida de seus parentes presos e aos movimentos das forças de segurança que rodeiam o presídio.

A tragédia aconteceu no domingo, depois do horário de visitas, quando 42 detentos se rebelaram em um dos pavilhões e provocaram um incêndio do qual não puderam escapar por terem bloqueado o acesso ao lugar, segundo as autoridades penitenciárias.

Cerca de 200 familiares de presos continuam protestando na porta do presídio, onde incendiaram pneus e acusaram os chefes do serviço penitenciário provincial de “assassinos”, os quais insistem que a rebelião e o incêndio foram parte de uma tentativa de fuga.

“Dou todas as garantias de que isto será investigado até as últimas conseqüências”, insistiu o juiz Tarchini.

Fontes da Polícia de Santiago del Estero declararam que a maioria das vítimas morreu pela inalação de gases tóxicos produzidos pela combustão dos colchões.

Entretanto, não informaram se houve detidos durante os confrontos entre a Polícia e os familiares dos presos que lutaram para entrar no presídio quando a rebelião explodiu.

O presidente do Superior Tribunal de Justiça de Santiago del Estero, Lionel Suárez, declarou que “os pavilhões são uma armadilha mortal. O pavilhão dois (onde houve a rebelião e o incêndio) não era destinado a presos de alta periculosidade”, especificou.

O advogado Diego Lindau, que defende vários presos, lembrou que 70% dos detidos no sistema penitenciário argentino estão sob processo ou sem condenação definitiva por causa da lentidão da justiça.

Em declarações a rádios de Buenos Aires, o advogado sustentou que o tratamento dado aos presos no presídio de Santiago del Estero é “desumano”, porque, entre outras coisas, “a comida servida é impossível de comer”.

A tragédia do presídio de Santiago del Estero acontece depois da ocorrida em outubro de 2005 na prisão de Magdalena, nos arredores de Buenos Aires, onde uma rebelião levou a um incêndio que matou 33 presos.

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