UOL/FOLHAPRESS
Fotos feitas por correspondentes do jornal britânico “The Guardian” mostram restos do que seriam bombas de fragmentação usadas por Israel no conflito recente com o Líbano. Esse tipo de munição é amplamente proibido por suas consequências.
Especialistas diferentes analisaram as imagens e confirmaram suspeita. Os fragmentos foram encontrados no sul do rio Litani, nos vales de Zibqin, Barghouz e Deir Siryam.
Fragmentos são os primeiros indícios de uso desse tipo de munição. Segundo a reportagem, Israel ignora a proibição há cerca de 20 anos, tendo usando o artefato na guerra do Líbano em 2006.
A bomba de fragmentação é proibida pelo efeito de expansão territorial destrutiva. Também chamadas de munições de fragmentação, elas são invólucros que, ao explodirem, liberam outras várias “mini-bombas”, aumentando consideravelmente o alcance e o poder de destruição.
Alto índice de falhas no acionamento. Mais de 40% das bombas de fragmentação usadas em campos de batalha não explodem no momento do impacto, o que cria territórios perigosos para civis, que podem, talvez, tropeçar em um dos objetos acioná-los acidentalmente. Um alto número de artefatos ainda não acionados encontrados no Líbano foram o estopim para criar a Cluster Munition Coalition (Coalizão de Munições de Fragmentação, em tradução livre).
Convenção regulamenta a proibição das bombas. Até o momento, já são 124 países signatários do acordo, que proíbe o uso, a produção e a transferência. Israel não integra o grupo, embora tenha criticado o Irã por usar esse tipo de munição no conflito deste ano.
Ao “The Guardian”, Israel não negou nem confirmou uso desse armamento. No entanto, o país afirmou que “usam apenas armas legais, em conformidade com o direito internacional e minimizando os danos aos civis”.