A denúncia do ministro, que disse que os dois países terão de responder pelo crime, foi feita horas depois de o porta-voz da Chancelaria, Ramin Mehmanparast, ter apontado o Governo de Riad como responsável pelo desaparecimento de Shahram Amiri e acusado a Arábia Saudita de tê-lo entregue a Washington.
“Os EUA têm de devolver nossos compatriotas, como pediram suas famílias e o povo. Reservamo-nos o direito de empreender ações legais”, afirmou Mottaki durante uma entrevista coletiva junto com seu colega dos Emirados Árabes, Abdulah bin Zayed Al-Nahyan, que está de visita a Teerã.
Amiri, que pela primeira vez foi descrito por Mehmanparast como um cientista nuclear, desapareceu no fim de maio, quando, aparentemente, fazia uma peregrinação a Meca e Medina, lugares considerados santos pelos muçulmanos.
Segundo a mulher do desaparecido, ele ligou para casa quando chegou à Arábia Saudita. Mas desde então seu paradeiro é desconhecido.
“É completamente natural que exijamos que a Arábia Saudita esclareça o destino dele e o ajude a voltar para casa”, acrescentou Mottaki, citado pela agência de notícias estatal “Irna”.
De acordo com o chefe da diplomacia iraniana, Teerã tem provas de que os EUA participaram do sequestro de Amiri.
Mottaki também se referiu hoje à situação de Amir Hussein Ardebili, iraniano acusado pelos Estados Unidos de traficar armas e que, aparentemente, confessou seu crime em um tribunal americano.
Ardebili foi detido em 2007, durante uma suposta operação especial na qual agentes da CIA se fizeram passar por vendedores de armas.
O Irã insiste que ele não passa de um simples empresário e pede sua libertação.
“As acusações são totalmente ilógicas, injustas e carentes de consistência com as normas internacionais, inclusive com a Convenção dos Direitos Civis”, afirmou Mottaki.
O ministro acrescentou que Ardebili é um homem jovem, de menos de 30 anos, que fazia negócios entre o Irã e a Geórgia e que foi sequestrado neste país.