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Irã afirma que países europeus têm vontade ‘séria’ de retomar negociações nucleares

“As conversas com os três países europeus buscam explorar os meios para retomar as negociações nucleares”, declarou Araghchi em uma entrevista

Redação Jornal de Brasília

14/01/2025 19h28

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O Ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbasid Araghchi, concede uma entrevista coletiva conjunta com o Ministro das Relações Exteriores de Omã em Teerã, em 30 de dezembro de 2024. (Foto de ATTA KENARE / AFP)

O chanceler iraniano, Abbas Araghchi, afirmou nesta terça-feira (14), após conversas em Genebra, que Alemanha, França e Reino Unido têm uma vontade “séria” de retomar as negociações sobre o programa nuclear da República Islâmica.

“As conversas com os três países europeus buscam explorar os meios para retomar as negociações nucleares”, declarou Araghchi em uma entrevista à televisão estatal.

Os diálogos foram “positivos e sentimos a seriedade […] e a vontade [das partes europeias] de uma solução negociada”, acrescentou. Mas “não sabemos se a nova administração dos Estados Unidos tem a intenção de retomar as negociações”, disse ele.

Na segunda-feira e nesta terça, funcionários iranianos se reuniram em um local secreto com representantes de Alemanha, Reino Unido e França. Todas as partes asseguraram que as conversas foram “francas e construtivas”.

Segundo o Irã, as conversas trataram principalmente sobre um possível levantamento das sanções impostas ao país.

A reunião em Genebra foi a segunda em menos de dois meses.

Os encontros ocorreram pouco antes do retorno de Donald Trump à Casa Branca, em 20 de janeiro, tendo em vista que, durante seu primeiro mandato, o republicano implementou uma política de “máxima pressão” sobre o Irã, o que levou à retirada dos Estados Unidos do acordo de 2015.

Este pacto limitava o programa nuclear do Irã em troca de um alívio nas sanções internacionais.

A República Islâmica manteve-se fiel às condições do acordo até a retirada de Washington, mas depois começou a descumprir seus compromissos.

Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o Irã aumentou sua produção de urânio enriquecido e é o único país sem arsenal nuclear a ter urânio enriquecido a 60%, perto dos 90% necessários para desenvolver uma bomba atômica.

Teerã insiste que seu programa nuclear é exclusivamente para fins pacíficos e nega qualquer intenção de desenvolver armas nucleares.

Desde que assumiu o cargo em julho, o presidente iraniano Masoud Pezeshkian tem defendido a reativação do acordo, de modo a acabar com o isolamento imposto ao país.

© Agence France-Presse

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