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Hamas e Israel anunciam nova troca de corpos de reféns por prisioneiros

O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, confirmou que Israel receberá os corpos de quatro reféns na madrugada de quinta-feira e que a entrega será feita “conforme as exigências israelenses”, ou seja, “sem cerimônias do Hamas”

Redação Jornal de Brasília

26/02/2025 18h31

palestinian israel conflict

FOTO: Omar AL-QATTAA / AFP


O Hamas entregará, na madrugada de quinta-feira (27), quatro corpos de reféns israelenses mortos em Gaza durante seu cativeiro, e afirmou que Israel liberará em troca mais de 600 presos palestinos, o que colocaria fim às trocas previstas no cessar-fogo.

O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, confirmou que Israel receberá os corpos de quatro reféns na madrugada de quinta-feira e que a entrega será feita “conforme as exigências israelenses”, ou seja, “sem cerimônias do Hamas”.

Duas autoridades do movimento islamista palestino afirmaram à AFP que, em troca, Israel liberará 625 prisioneiros palestinos, um gesto que havia bloqueado desde sábado. No entanto, o governo israelense ainda não confirmou a informação.

Após quase quinze meses de guerra na Faixa de Gaza, desencadeada pelo ataque dos milicianos islamistas em solo israelense em 7 de outubro de 2023, Israel e Hamas alcançaram um acordo de cessar-fogo que contempla três frases.

A primeira, em vigor desde 19 de janeiro, termina em 1º de março e, durante a mesma, o Hamas deve devolver a Israel 33 reféns, oito deles sem vida, em troca de liberação de 1.100 presos palestinos.

Até agora, o Hamas liberou 25 reféns e devolveu a Israel os corpos de quatro que morreram, e mais de 1.100 prisioneiros palestinos foram libertados.

Entre os corpos que o Hamas entregou na semana passada estavam os da refém israelense de origem argentina Shiri Bibas e os de seus dois filhos, Kfir e Ariel, mortos em cativeiro em Gaza e convertidos em símbolos da tragédia dos reféns do país.

Nesta quarta-feira, milhares de pessoas se reuniram à beira de rodovias para acompanhar seu cortejo fúnebre e o Parlamento israelense guardou um minuto de silêncio em sua homenagem e de outras vítimas do 7 de outubro.

Durante o funeral, celebrado perto do kibutz de Niz Or, no sul de Israel, onde ocorreu o sequestro, a família instou os dirigentes israelenses a assumir a responsabilidade da morte de seus parentes. “Poderiam ter salvado eles, mas preferiram a vingança”, disse Ofri Bibas, cunhada de Shiri.

– Acordo frágil –

Contudo, o acordo de cessar-fogo, muito frágil, esteve à beira do colapso várias vezes, porque os dois lados se acusam mutuamente de violá-lo. O Exército israelense afirmou nesta quarta-feira que havia bombardeado postos de lançamento de projéteis em Gaza, após ter identificado um tiro.

Os termos da segunda fase do acordo, que deve colocar fim ao conflito e conduzir à liberação de todos os cativos que continuam em Gaza, ainda não foi negociado.

A terceira e última fase estará destinada à reconstrução da Faixa de Gaza.

Na noite de terça-feira, o enviado americano ao Oriente Médio, Steve Witkof, relatou “muito progresso” em virtude de uma retomada das negociações.

Segundo ele, Israel ia enviar uma equipe de negociadores “a Doha e ao Cairo, onde as negociações serão reiniciadas”.

No entanto, Israel não confirmou tal informação.

Dos 251 reféns sequestrados em 7 de outubro em Israel, 62 continuam cativos em Gaza, dos quais 35 estariam mortos, segundo o Exército israelense.

Mais de 600 palestinos deveriam ter sido libertados por Israel em 22 de fevereiro, em troca dos seis reféns israelenses entregues pelo Hamas.

Mas Israel cancelou repentinamente a liberação de presos, exigindo que o movimento islamista abandone as “cerimônias humilhantes” que costuma organizar toda vez que entrega os reféns, exibindo-os em palcos em frente à multidão.

Tanto a ONU como a Cruz Vermelha criticaram energicamente esse tipo de exposição por parte do Hamas.

Israel prometeu destruir o Hamas após os ataques de 7 de outubro, que desencaderam a guerra em Gaza após deixar mais de 1.200 mortos, em sua maioria civis, segundo um balanço da AFP em números oficiais.

A resposta israelense em Gaza matou mais de 48.000 pessoas, segundo o Ministério da Saúde do território governado pelo Hamas. A ONU considera que esses números são confiáveis.

© Agence France-Presse

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