O movimento islamista palestino Hamas disse, neste sábado (10), que uma ofensiva israelense em Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza, poderia deixar “dezenas de milhares de mortos e feridos”.
Em um comunicado, o grupo islamista alertou para o risco de “uma catástrofe e um massacre que poderia levar a dezenas de milhares de mártires e feridos”.
O Hamas disse que responsabilizaria “a administração dos Estados Unidos, a comunidade internacional e a ocupação israelense” por quaisquer possíveis consequências.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, instou esta semana o exército a se preparar para entrar em Rafah, onde milhares de palestinos deslocados estão amontoados, como parte de sua ofensiva lançada após os ataques dos milicianos do Hamas em 7 de outubro no sul de Israel.
O anúncio despertou preocupação entre governos estrangeiros, incluindo os Estados Unidos, e agências de ajuda humanitária que operam na Faixa de Gaza.
A ONU alertou que cerca de metade dos 2,4 milhões de habitantes do território estão agora amontoados em Rafah, dormindo em barracas nas ruas e em abrigos improvisados.
Na sexta-feira, o diretor da agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA), Philippe Lazzarini, garantiu que uma ofensiva militar israelense em Rafah “só pode levar ao aumento de uma tragédia sem fim”.
Netanyahu ordenou aos militares que elaborassem um plano para “evacuar” os civis de Rafah e “destruir” o Hamas naquela cidade e entregá-lo a ele.
Segundo testemunhas, novos bombardeios ocorreram em Rafah neste sábado, aumentando o receio dos moradores de uma invasão iminente.
© Agence France-Presse