O juiz Luiz Roberto Ayoub, more about ambulance responsável pelo processo de recuperação judicial da Varig homologou hoje, com condições, a venda da Varig para a NV Participações, que representa os Trabalhadores do Grupo Varig (TGV).
Ayoub disse que a NV Participações terá de comprovar até quarta-feira que tem recursos suficientes para honrar a oferta feita no leilão de venda da Varig na semana passada, de 449 milhões de dólares.
Além disso, o juiz pediu explicações sobre a emissão de debêntures planejada pela NV Participações ou a substituição do uso desse instrumento financeiro, que não estava previsto no edital do leilão de venda da Varig.
"Se eu me convencer que através dessa moeda (debêntures) terá liquidez, não terá impedimento de aceitá-la", disse o juiz.
O juiz da 8a Vara Empresarial do Rio, que se autoproclamou "anjo da guarda" da Varig, disse também que outros grupos poderão participar da compra da Varig junto com a TGV, se a Justiça autorizar. "Não tem nenhum problema (a entrada de investidores), acho que o caminho é esse."
Com dívidas de mais de 7 bilhões de reais, a Varig passa por recuperação judicial desde junho do ano passado. Na última quinta-feira, a parte operacional da companhia foi a leilão.
A NV Participações foi a única a apresentar oferta, analisada durante a sexta-feira e o final de semana por Ayoub.
Empresas que visitaram o "data room" (sala de informações) da Varig – como as rivais TAM, Gol e OceanAir – não fizeram lances no leilão.
Nova proposta?
Durante a tarde de segunda-feira, uma fonte do próprio Tribunal de Justiça do Rio chegou a informar que o presidente da companhia aérea portuguesa TAP, Fernando Pinto, teria apresentado ao juiz uma proposta de compra da Varig, que reunia a Air Canada e o fundo de investimento Brookfield.
"Hoje escutei o dia inteiro que haveria proposta de A, de B, de C. Eu não sei disso. Isso não compete ao Judiciário. Eu não participo de negociações com investidores", afirmou Ayoub.
O juiz mantém a hipótese de falência da Varig, caso a NV Participações não consiga atender às condições de compra da empresa aérea, mas disse que o Judiciário fará tudo o que for possível "para salvar essa empresa ou qualquer outra em condições
semelhantes".
Terça-feira: data crucial
Na manhã de terça-feira, a Varig terá audiência nos Estados Unidos com o juiz Robert Drain, do tribunal de falências de Nova York, sobre o arresto de seus aviões, em ação movida por empresas de leasing.
No final de maio, Drain prorrogou até 13 de junho a vigência de uma liminar evitando a apreensão de aeronaves da Varig pelos credores.
Pelo edital do leilão de venda da Varig, o comprador teria prazo de 72 horas para depositar uma entrada 75 milhões de dólares. Segundo Ayoub, como a NV Participações não recebeu a homologação final para a compra da Varig, ainda não precisa fazer esse pagamento inicial.
A Varig contava com esses recursos para evitar o arresto de seus aviões. Questionada sobre isso, a assessoria da empresa informou apenas que não trabalha com a hipótese de ter de devolver os aviões, mas não explicou sua estratégia diante do juiz norte-americano.
Ayoub, por sua vez, disse que não entrará em contato com a Justiça dos EUA. "Não haverá conversas entre os juízes. Não sei o que se passa pela cabeça do juiz, mas considero (Drain) um juiz social", disse Ayoub, que aposta que o colega dos EUA vai levar em conta os empregos e os clientes da Varig na hora de emitir um parecer.
Vôos cancelados
A Varig cancelou 20 vôos hoje, de acordo com a sua assessoria de imprensa. A companhia atribuiu os cancelamentos a problemas de manutenção de aeronaves e ao mau tempo.
A Varig, que durante muito tempo foi a maior do setor, viu sua participação no mercado doméstico cair a 14,4 por cento em maio, queda de 12 pontos percentuais contra o mesmo mês de 2005, de acordo com dados do Departamento de Aviação Civil (DAC).
Homens armados atearam fogo ao gabinete do primeiro-ministro e ao Parlamento palestino hoje, buy em meio a crescentes confrontos entre militantes dos grupos Hamas, approved que controla o governo, case e Fatah, do presidente Mahmoud Abbas.
Abbas ordenou que as forças de segurança controlem as ruas para evitar mais choques. Os dois grupos disputam o poder desde que o Hamas venceu as eleições parlamentares de março, destronando o antes hegemônico Fatah.
Testemunhas disseram que o gabinete do primeiro-ministro Ismail Haniyeh estava vazio quando foi invadido por militantes das Brigadas dos Mártires de Al Aqsa. Haniyeh trabalha em Gaza e não tem acesso a Ramallah, sede do governo na Cisjordânia ocupada, devido aos entraves impostos por Israel ao seu deslocamento.
Os invasores queimaram um andar do prédio e atiraram móveis pela janela antes da chegada da policia, que os retirou de lá. Bombeiros contiveram as chamas no gabinete e no Parlamento, enquanto tiros ecoavam pelas ruas.
A atual tensão foi agravada por um decreto de Abbas que convocou para 26 de julho um referendo sobre um manifesto de independência palestina que implicitamente reconhece a existência de Israel.
O Hamas, cujo estatuto prevê a destruição do Estado judeu, considera o referendo uma tentativa de golpe, pois a vitória do "sim" seria uma derrota política para o grupo do governo.
Hussein El Sheikh, funcionário do Fatah, disse que a violência na Cisjordânia foi provocada por um ataque anterior do Hamas a forças leais a Abbas em Rafah, na Faixa de Gaza.
"O Hamas tem de entender que seus ataques serão respondidos e não serão confinados a Gaza e Rafah. Vão se espalhar pela Cisjordânia e por todo lado", afirmou.
Sami Abu Zuhri, porta-voz do Hamas, disse que o vandalismo é parte de reiteradas tentativas de "derrubar o governo".
"Quando o presidente se sobrepôs ao governo e retirou sua autoridade, ele deu aos homens armados do Fatah sinal verde para atacar escritórios do governo e sabotá-los", afirmou.
Para tentar esfriar a situação, Abbas se reuniu com líderes do Hamas em Gaza e disse que ambos os lados torcem pela calma.
Abbas determinou que suas forças entrassem em "estado de alerta" nas ruas, depois que os militantes do Hamas cercaram a sede do Serviço de Segurança Preventiva, leal a Abbas, em Rafah.
Os militantes dispararam granadas e foguetes contra o prédio, segundo testemunhas. Cinco pessoas ficaram feridas nos confrontos de Rafah. Horas antes, um membro de uma unidade paramilitar do Hamas havia sido assassinado.
Em um mês de confrontos internos em Gaza, cerca de 20 pessoas morreram.
Também na segunda-feira, o Hamas recuou de um embate parlamentar com Abbas por causa do referendo.
O Parlamento se reuniu para votar uma moção do Hamas contra o referendo, mas o grupo decidiu adiar a questão até 20 de junho, o que dá mais tempo para negociações.
O Hamas tem maioria parlamentar, mas nada indica que Abbas se curvaria a uma eventual decisão contrária dos deputados.