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Mundo

França pede a Israel que permita acesso da imprensa a Gaza

“Peço que se permita à imprensa livre e independente acessar Gaza para mostrar o que está acontecendo lá”, declarou o ministro

Redação Jornal de Brasília

22/07/2025 13h52

Foto: Mohammed Abed/AFP

Foto: Mohammed Abed/AFP

O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, pediu nesta terça-feira (22) a Israel que permita o acesso da “imprensa livre e independente” a Gaza, que enfrenta o risco do cenário de fome após 21 meses de guerra.

“Peço que se permita à imprensa livre e independente acessar Gaza para mostrar o que está acontecendo lá”, declarou o ministro em uma entrevista à France Inter durante uma visita a Kiev.

As declarações aconteceram depois que a direção da Agence France-Presse alertou que a vida de seus colaboradores palestinos no território cercado está em perigo devido à grave situação humanitária.

“Há meses, assistimos impotentes à deterioração dramática de suas condições de vida. Sua situação hoje é insustentável, apesar de uma coragem, um compromisso profissional e uma resiliência exemplares”, afirmou a direção da AFP em comunicado na segunda-feira.

“Suas vidas estão em perigo, por isso pedimos às autoridades israelenses que permitam sua retirada imediata junto com suas famílias”, acrescenta a nota.

O ministro francês explicou que seu governo está trabalhando na questão. “Esperamos poder retirar alguns colaboradores jornalistas nas próximas semanas”, disse.

“Dedicamos muito esforço e energia”, acrescentou.

“Israel deve permitir que a imprensa faça seu trabalho e garantir seu acesso. Os jornalistas e os civis não podem, e não devem, ser alvos”, destacou a comissária europeia de gestão de crises, Hadja Lahbib.

“Mais de 200 jornalistas foram mortos pelo Exército israelense desde outubro de 2023, pelo menos 46 deles enquanto exerciam seu trabalho” em Gaza, afirmou também a ONG Repórteres Sem Fronteiras, fazendo um apelo para “suspender o bloqueio e abrir imediatamente as fronteiras aos jornalistas de ambos os lados”.

A Sociedade de Jornalistas, um grupo de representação da redação da AFP, também declarou na segunda-feira que teme “ver a morte” de seus colegas em Gaza.

“Perdemos jornalistas em conflitos, tivemos feridos e prisioneiros entre nossas fileiras, mas nenhum de nós lembra de ter visto um colaborador morrer de fome”, declarou o grupo.

A AFP retirou oito pessoas de sua equipe e suas famílias de Gaza entre janeiro e abril de 2024.

A ONU e organizações humanitárias alertam com frequência sobre o risco de fome generalizada em Gaza, território devastado pela guerra iniciada em 7 de outubro de 2023 com o ataque do Hamas contra Israel.

© Agence France-Presse

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