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Família de <i>Mohammed, o Egípcio</i> comemora absolvição e defende inocência dele

Arquivo Geral

01/11/2007 0h00

A absolvição de “Mohammed, pills o Egípcio” no julgamento dos atentados cometidos em 11 de março de 2004 foi recebida com surpresa em muitas partes do mundo, buy information pills menos na pequena aldeia de Aziziya, mind onde a família e os amigos dele sempre defenderam sua inocência.

Rabei Osman el-Sayed, “o Egípcio”, foi um dos 28 acusados pelos atentados de 11 de março de 2004 em quatro trens de Madri. A sentença do caso foi anunciada na quarta-feira e ele acabou sendo um dos sete absolvidos.

Em Aziziya, ninguém deseja ser lembrado de que Rabei está preso em uma cadeia italiana onde cumpre pena por pertencer a um grupo terrorista. Todos preferem acreditar que a decisão é a prova definitiva de que seu filho, irmão, tio, amigo, é inocente.

A casa onde o “Egípcio” nasceu e cresceu não difere de qualquer lar pobre do Delta do Nilo, onde a maioria dos moradores se dedica ao campo e mantém fortes convicções religiosas.

Antes de ir para a Europa, há oito anos, Rabei, como é chamado na aldeia, era motorista de microônibus, assim como seu pai e dois de seus irmãos. Este é a mesma ocupação que o aguarda quando terminar de cumprir sua pena e voltar ao Egito.

São horas de festa em Aziziya. Praticamente toda a aldeia passou pela casa dos Osman para deixar algum presente ou tomar um chá e comer doces.

Na quarta-feira, justamente quando o juiz espanhol Javier Gómez Bermúdez lia em Madri a sentença que absolveu Rabei, todas as televisões locais sintonizavam o canal de notícias “Al Jazira”.

Os gritos de alegria ouvidos contrastavam com a tristeza das vítimas e de seus parentes que esperavam outra decisão na Espanha.

Sayed Osman, irmão mais velho do “Egípcio”, não esquece que o sofrimento continua e que muitas vítimas acreditam que o mentor intelectual do atentado pelo qual Rabei era acusado ainda está impune.

Para os autores dos ataques, que mataram 191 pessoas e deixaram 1.841 feridos, a família e amigos de Rabei têm uma mensagem: “Eles não são muçulmanos”, gritam praticamente ao mesmo tempo as dezenas de pessoas que se amontoam na pequena sala da casa.

Alheia à agitação vinda deste quarto, a matriarca da família, Zeinab Wali, permanece em segundo plano, digerindo sozinha as notícias que chegam pela televisão sobre seu filho. Todas as suas palavras são dirigidas a Deus, e ela quase não consegue falar mais nada depois.

Sayed lembra que a última vez que a família conversou com Rabei foi há três meses e, como em muitas outras ocasiões, ele tentou acalmá-los e convencê-los de sua inocência.

Mas, provavelmente, não precisou se esforçar muito para convencer parentes e amigos.

Em Aziziya, ninguém quer nem pode acreditar que Rabei, o menino tímido, ótimo jogador, “medroso”, como é definido por um velho amigo, fosse um monstro capaz de planejar atentados como os de 11 de março de 2004 ou de fazer parte da Al Qaeda, como afirma a Justiça italiana.

Agora que foi considerado inocente, mais que um grito de surpresa, o que se ouve neste povoado é um suspiro de alívio.

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