Mônica Bergamo
São Paulo, SP
O ex-chanceler Celso Amorim, que comandou o Itamaraty nos governos de Lula e é um dos principais conselheiros do petista na área externa, diz ver com preocupação o aumento da tensão entre os EUA e a China em torno da ilha de Taiwan.
Nesta terça (2), apesar de todos os protestos e alertas feitos pela China, a presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, pousou na ilha para a primeira visita desse tipo em 25 anos.
“Nos preocupa o crescimento dessas rivalidades e sobretudo que as relações com a América Latina sejam vistas sob a ótica dessas rivalidades”, afirma Amorim.
“O excesso de peso dado a esta rivalidade pode contaminar as relações dos EUA com países da América Latina”, afirma ele.
Nações passariam a ser analisadas pelo governo norte-americano de acordo com um suposto apoio à China.
“A relação conosco tem que se basear nos interesses bilaterais entre os EUA e o Brasil”, afirma Celso Amorim.
A China promete reagir militarmente à provocação dos EUA, abrindo a mais grave crise em anos entre as duas maiores economias do mundo em meio à tensão mundial provocada pela guerra da Ucrânia, na qual Pequim apoia a Rússia de Vladimir Putin.