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EUA acusam a Rússia de promover ciberataques contra a Ucrânia

A acusação ocorre em meio a um novo temor do ocidente de que a Rússia usará os conflitos no leste da Ucrânia com um pretexto para invasão

Redação Jornal de Brasília

18/02/2022 18h43

Foto: Ministério da Defesa da Rússia/AFP

A Casa Branca acusou nesta sexta-feira, 18, a Rússia de ser responsável por recentes ataques cibernéticos contra o Ministério da Defesa da Ucrânia e grandes bancos. A acusação ocorre em meio a um novo temor do ocidente de que a Rússia usará os conflitos no leste da Ucrânia com um pretexto para invasão.

O anúncio de Anne Neuberger, a principal autoridade cibernética da Casa Branca, foi a atribuição mais direta de responsabilidade por invasões cibernéticas que se desenrolam à medida que as tensões aumentam entre a Rússia e a Ucrânia.

Os ataques desta semana foram de “impacto limitado”, já que as autoridades ucranianas conseguiram rapidamente colocar suas redes online novamente, mas é possível que eles estivessem preparando as bases para invasões mais destrutivas, disse Neuberger.

Segundo a autoridade, os EUA ligaram rapidamente os ataques à Rússia e culparam publicamente o Kremlin por causa da necessidade de “revelar o comportamento rapidamente”. E acrescentou que não havia inteligência indicando que os EUA seriam alvo de um ataque cibernético.

Autoridades ucranianas classificaram os ataques de negação de serviço distribuídos, conhecidos como DDoS, na terça-feira, 15, como os piores da história do país.

Mas enquanto eles interromperam os serviços bancários on-line, impediram algumas comunicações do governo para o público e foram claramente destinados a causar pânico, eles não eram particularmente sérios pelos padrões globais ou históricos, disse Roland Dobbins, o principal engenheiro de DDoS da empresa de segurança cibernética Netscout.

“A maioria dos ataques DDoS são bem-sucedidos devido à falta de preparação por parte dos sistemas de defesas”, disse Dobbins, acrescentando que a maioria dos serviços comerciais de mitigação projetados para combater esses ataques provavelmente seriam capazes de repelir os ataques de terça-feira.

O que começou como uma troca de acusações, em novembro do ano passado, evoluiu para uma crise internacional com mobilização de tropas e de esforços diplomáticos

A acusação ocorre em meio a uma nova escalada entre os países Ocidentais e a Rússia. Hoje os Estados Unidos disseram que cerca de 190.000 soldados russos estavam dispostos dentro e perto da Ucrânia, apesar dos anúncios russos de retirada das tropas. O número é muito maior que os 130.000 do fim de janeiro.

As autoridades também repetiram os avisos de que Moscou tentaria fabricar uma provocação da Ucrânia para justificar uma invasão de seu vizinho menor. O presidente Jor Biden se reúne hoje com líderes do Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália, Polônia e Romênia, além da União Europeia e da Otan.

Intensos bombardeios na noite desta quinta-feira nas duas regiões separatistas pró-rússia da Ucrânia, Donetsk e Luhansk, voltaram a despertar o receio de que a Rússia usaria os conflitos na bacía de Donbass para justificar uma invasão à Ucrânia. As províncias informaram nesta sexta-feira que estão retirando seus civis.

Ao mesmo tempo, o Kremlim anunciou a realização de grandes exercícios nucleares neste fim de semana que incluirão o lançamento de mísseis balísticos e de cruzeiro, disse o Ministério da Defesa do país. Os movimentos serão acompanhados de perto pelo presidente Vladimir Putin.

COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Estadão Conteúdo

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