A Assembléia Constituinte do Equador aceitou hoje a renúncia de Alberto Acosta, help do movimento governista Acordo País, à Presidência dessa instituição.
Orlando Pérez, secretário de imprensa da Assembléia, disse à Agência Efe que, com o voto de 77 dos 100 constituintes presentes, o plenário “conheceu” a renúncia de Acosta através da aceitação de uma resolução colocada pelo membro da Assembléia Galo Borja.
Borja, também do Acordo País, tinha apresentado a moção na qual consta que se conheça no plenário a decisão de Acosta de deixar o cargo de forma irrevogável.
A aceitação da renúncia ocorre um dia depois que Acosta anunciou a decisão de abandonar o cargo por divergências sobre o prazo, fixado para 26 de julho, para o fim da redação da nova Carta Magna do país.
Os constituintes da assembléia aceitaram a renúncia, ao aprovar uma resolução que incluía o tema em uma sessão na cidade de Montecristi, sede do corpo colegiado, convocada pelo próprio Acosta e dirigida inicialmente por ele.
“Este é para mim um momento duro e difícil que assumo com toda a responsabilidade do caso”, disse Acosta ao ler o texto de renúncia, no qual lembrou que o Equador ainda tem uma esperança de mudança.
Acosta afirmou que se avançou na criação de uma nova ordem, pois os textos aprovados para a nova Carta Magna e os que estão para discussão representam “um projeto com história”.
“A quase totalidade do novo texto constitucional está pronto”, faltando cinco semanas para expirar o prazo para sua entrega, disse.
Ele insistiu em que sua renúncia a presidir a Constituinte não significa sua saída da Assembléia nem o abandono do projeto de mudança promovido pelo Executivo, mas responde a uma divergência quanto ao tempo de conclusão dos trabalhos.
O Acordo País apóia a entrega da Carta Magna para 26 de julho, enquanto Acosta considera que não deve se restringir a qualidade da análise ao tempo.
A sessão de hoje da Assembléia começou pelas reivindicações de políticos da oposição pela mudança na ordem do dia e, após a leitura da renúncia de Acosta, avançou sob a liderança do primeiro vice-presidente, Fernando Cordero, também do Acordo País.
Antes da votação, Gilmar Gutiérrez, do opositor Partido Sociedade Patriótica, explicou que a legenda não participaria do processo sobre a renúncia, ao considerar que era um “problema doméstico” do Acordo País.
O legislador Vicente Taiano, do opositor Partido Renovador Institucional Ação Nacional (Prian), pediu que se amplie em mais um mês o prazo para a entrega da Carta Magna.
Após a aprovação da renúncia, com 77 votos a favor, cinco contra, 4 em branco e 14 abstenções, Cordero suspendeu a sessão por 30 minutos.