Segundo a imprensa estatal norte-coreana informou hoje, Bosworth e uma comitiva de cinco funcionários americanos chegaram à capital da Coreia do Norte, onde permanecerão por três dias, em um avião procedente de uma base aérea militar na Coreia do Sul.
Bosworth deve se reunir com o vice-ministro de Assuntos Exteriores norte-coreano, Kang Sok-ju, mas não está claro se será recebido pelo líder Kim Jong-il, mas Washington antecipou que “não busca” essa reunião.
Neste primeiro encontro governamental de alto nível entre Pyongyang e Washington desde que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assumiu o cargo, em janeiro, o enviado americano poderia levar uma carta direta a Kim, segundo a agência sul-coreana “Yonhap”.
Durante sua visita, Bosworth tentará convencer Pyongyang a voltar às negociações a seis lados, que incluem também China, Japão, Rússia e Coreia do Sul, e que estão paralisadas há um ano, devido às reservas do regime norte-coreano.
Os EUA afirmaram que seu diálogo com Pyongyang não é uma negociação bilateral, mas o passo prévio ao retorno do regime norte-coreano às reuniões multilaterais para seu desarmamento.
Bosworth fez uma parada em Seul antes de viajar a Pyongyang para manter consultas com as autoridades sul-coreanas, e ressaltou a estreita cooperação dos EUA com a Coreia do Sul.
Após voltar da capital norte-coreana na quinta-feira, Bosworth deve explicar o conteúdo de suas conversas aos outros países envolvidos no diálogo multilateral, em uma viagem que o levará a Coreia do Sul, China, Rússia e Japão.
Além disso, diante do iminente início de diálogo com o regime norte-coreano, o Governo americano afirmou que o objetivo de seu país é averiguar se a Coreia do Norte está disposta a retomar o diálogo de seis lados e reafirmar o compromisso de desarmamento nuclear assumido em 2005.
Afirmou que seu país não oferecerá novos incentivos ao regime norte-coreano em troca da volta à mesa de diálogo, nem falará sobre a possível assinatura de um tratado de paz que coloque um ponto final à Guerra da Coreia (1950-53), que terminou com um armistício.
Aquele acordo de cessar-fogo foi assinado por representantes da ONU liderados por EUA, da Coreia do Norte e da China, mas a falta de um tratado de paz faz com que a península esteja em estado de guerra técnica.
Em novembro, Pyongyang pediu a Washington que iniciasse negociações para substituir o armistício por um tratado de paz, e se mostrou interessado em abordar esta questão no diálogo bilateral, antes de debater seu desarmamento nuclear.
Recentemente, um jornal pró-norte-coreano editado no Japão, o “Choson Sinbo”, afirmou que esse deveria ser o principal assunto na agenda de diálogo com Washington e o ponto de partida para conseguir a desnuclearização na península coreana.
A Coreia do Sul, no entanto, se opôs à possibilidade que a Coreia do Norte discuta a questão do tratado de paz com os EUA e reivindica que o tema seja consultado também a Seul e Pequim.
Além disso, alguns especialistas se mostraram mais otimistas e acham que os EUA não teriam enviado seu emissário a Pyongyang sem convicções claras de que a Coreia do Norte voltará à mesa de diálogo multilateral.
No entanto, outros analistas especulam a possibilidade de que este diálogo não leve imediatamente à retomada das negociações a seis lados, mas, em todo caso, permita novas conversas bilaterais.