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Mundo

Debandada geral na terra da Rainha

Com Boris Johnson assumindo o lugar de Theresa May, cinco parlamentar do governo inglês renunciaram ao cargo nesta quarta-feira (24)

Aline Rocha

24/07/2019 15h29

Queen Elizabeth II welcomes Boris Johnson during an audience in Buckingham Palace, where she will officially recognise him as the new Prime Minister, in London, Britain July 24, 2019. Victoria Jones/Pool via REUTERS

Aline Rocha
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Após o conservador britânico Boris Johnson ser oficializado nesta terça-feira (23) como novo premiê do Reino Unido, substituindo Theresa May, cinco membros do governo inglês já pediram demissão. 

O secretário de Estado para Comércio Internacional do Reino Unido, Liam Fox, anunciou que deixará o posto, após três anos. Em mensagem no Twitter, Fox ainda comentou que pretende apoiar o novo governo, do premiê Boris Johnson, a partir do Parlamento.

Fox seguirá, portanto, como deputado do Partido Conservador, o mesmo do primeiro-ministro. Em suas declarações, Fox afirmou que o departamento comercial do governo deixa o país em posição muito boa para buscar novas relações comerciais para além da Europa. “Mas nós primeiro precisamos lidar com a importante tarefa de cumprir o desejo do povo britânico e deixar a União Europeia”, lembrou.

Os secretários de Defesa, Justiça e Negócios, Energia e Estratégia Industrial também entregaram seus cargos nesta quarta. O secretário de Justiça, David Gauke, divulgou carta na qual afirma que foi um privilégio atuar no governo por mais de nove anos e, durante os últimos três, como membro do gabinete da ex-premiê Theresa May.

Gauke afirma esperar que Johnson cumpra o objetivo de deixar a UE, mas alerta que, para ele, isso deve ser feito de modo negociado. “Sem esse acordo, eu temo pela prosperidade, segurança e unidade do Reino Unido”, alertou. Gauke ainda ressaltou na mensagem que, diante do fato de que o novo premiê deseja deixar o bloco em 31 de outubro “a qualquer custo”, ele não pretende participar da nova administração. “Eu acredito que posso ser mais eficaz em fazer valer o argumento contra um Brexit sem acordo a partir do Parlamento”, disse.

Outro demissionário foi o secretário de Estado para Negócios, Energia e Estratégia Industrial, Greg Clark, que parabenizou Johnson por se tornar premiê. “Ele está certo em nomear uma nova equipe para um novo premiê e desejo a ele o melhor diante do trabalho vital pela frente”, afirmou, também lembrando que voltará a atuar como deputado.

A secretária de Defesa, Penny Mordaunt, anunciou sua saída e também que voltará a ocupar seu lugar como deputada, dizendo que dará “total apoio” a Johnson. Ela ficou apenas 85 dias no posto e agradeceu pela ajuda recebida, “especialmente de nossas Forças Armadas e dos civis na defesa”.

O Secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, Jeremy Hunt, também renunciou ao cargo. “Eu ficaria honrado em continuar com meu trabalho no Ministério, mas entendo a necessidade de o novo primeiro-ministro escolher sua equipe”, declarou Hunt, por meio de sua conta no Twitter.

O ex-chanceler afirmou que Johnson o convidou para outro cargo, mas que, neste momento, prefere se afastar da política para se dedicar a ser um “bom pai”. “Foi uma grande honra ser responsável pelo melhor serviço diplomático do mundo”, comentou. “Sou orgulhoso de ter ficado ao lado de vocês, pelos valores britânicos”, disse ele. Agora, Hunt deve voltar a atuar como integrante do Parlamento.

 

Com informações de Estadão Conteúdo

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