Menu
Mundo

Cristão paquistanês é condenado à morte por blasfêmia

A blasfêmia é um assunto sensível no Paquistão, onde acusações sem provas de ofensas ao islã podem desencadear assassinatos e linchamentos

Redação Jornal de Brasília

08/09/2020 16h08

A Justiça do Paquistão condenou à morte nesta terça-feira (8) um cristão paquistanês, sob a acusação de ter enviado mensagens de texto com “conteúdo blasfemo”, informou seu advogado.

Asif Pervaiz, de 37 anos, está preso desde 2013, depois que o supervisor de uma empresa que acabava de deixar, e que havia tentado o converter ao islã, o acusou de blasfêmia, segundo Saif ul Malook.

O condenado negou todas as acusações apresentadas, declarou Malook à AFP, acrescentando que seu cliente se limitou a reenviar uma mensagem de texto sobre essa questão.

“A Justiça deveria ter descartado este caso”, lamentou. O advogado afirmou também que irá apelar da decisão em uma jurisdição superior.

“Já se passaram sete anos da decisão do tribunal. Quem sabe quantos anos iremos esperar até que tudo isso termine?”, continuou.

As apelações podem demorar anos em um país com um sistema judicial totalmente saturado.

A blasfêmia é um assunto sensível no Paquistão, onde acusações sem provas de ofensas ao islã podem desencadear assassinatos e linchamentos.

Pervaiz é representado pelo mesmo advogado que defendeu a cristã Asia Bibi, que no final de 2018 foi absolvida após passar mais de oito anos no corredor da morte por blasfêmia, o que sempre negou.

Este caso provocou violentas manifestações em todo o país. Asia Bibi reside atualmente no Canadá com sua família.

Segundo a comissão internacional norte-americana para a liberdade religiosa, cerca de 80 pessoas estão presas por blasfêmia no Paquistão, a metade já condenada à prisão perpétua ou à pena de morte.

Até o momento nenhum condenado por blasfêmia teve a pena executada.

© Agence France-Presse

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado