O Fundo Monetário Internacional (FMI) calcula que a economia global deve crescer cerca de 3% no médio prazo, patamar abaixo da média de 3,7% antes da pandemia de covid-19. Nesse sentido, o organismo recomenda aos países três metas de políticas no médio prazo: elevar o crescimento de forma duradoura; ajustar as finanças públicas; e endereçar desequilíbrios excessivos dentro e fora de casa.
“Os padrões de crescimento global têm mudado ao longo dos anos, especialmente com a China desacelerando constantemente enquanto a Índia se desenvolve em um motor de crescimento chave”, avaliou a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, em discurso que antecipa as reuniões anuais do Fundo, na próxima semana. “É um momento para colocar a casa em ordem”, acrescentou.
Georgieva disse que a Ásia deve aprofundar seu comércio interno para incluir mais bens finais e mais serviços, e avançar com reformas para fortalecer o setor de serviços e o acesso ao financiamento. Estudo do FMI sugere que um impulso para mais integração regional, notadamente reduzindo barreiras não tarifárias, poderia aumentar o PIB em 1,8% a longo prazo.
Já a Europa deve criar uma autoridade geral, o que Georgieva chamou de ‘czar do mercado único’, para levar à frente as reformas que os países da zona do euro necessitam nas áreas energética e financeira, por exemplo. “Removam os atritos nas fronteiras no mercado de trabalho, comércio de bens e serviços, energia e finanças”, recomendou.
O dinamismo do setor privado dos EUA deve ser buscado pela Europa, na sua visão. “Sete megaempresas dos EUA – nenhuma das quais existia há 51 anos – ostentam capitalização de mercado que supera a de empresas de época semelhante na Europa”, comparou.
Ela avaliou ainda que na África Subsaariana, os ganhos com reformas nesta região podem ser especialmente grandes, dado à crescente força de trabalho jovem.
Estadão Conteúdo