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Corpo de Elizabeth II viaja a Londres para o último adeus

O caixão, acompanhado pela filha da rainha, a princesa Anne, de 72 anos, será levado de avião para a capital britânica

Redação Jornal de Brasília

13/09/2022 13h47

Foto: Odd ANDERSEN / AFP

O corpo de Elizabeth II deixou nesta terça-feira (13) a Catedral de Saint Giles, em Edimburgo, onde por 24 horas os escoceses puderam se despedir de sua rainha, que faleceu na quinta-feira aos 96 anos, para realizar sua última viagem a Londres.

Oito pessoas carregaram o caixão, envolto com o estandarte real e uma coroa de flores brancas, sob os olhares de uma multidão reunida do lado de fora da catedral, onde permaneceu em uma capela ardente desde a tarde de segunda-feira. 

O caixão, acompanhado pela filha da rainha, a princesa Anne, de 72 anos, será levado de avião para a capital britânica, onde passará a noite no Palácio de Buckingham rodeado por membros da família real, chefiada pelo novo monarca, Charles III. 

Enquanto o país se despede de sua mãe, o rei de 73 anos se instala no trono que sua mãe ocupou por sete décadas, tornando-se símbolo de união e estabilidade. 

Isso inclui uma viagem pelas quatro nações que compõem o país: Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte. 

A etapa da Irlanda do Norte, que Charles III realizou nesta terça-feira, é considerada a mais delicada.

Desde que os britânicos mantiveram, em 1921, este pedaço da ilha após a independência da Irlanda, a região dividiu-se entre católicos e protestantes. 

Profundamente devotados à rainha falecida, os unionistas da Irlanda do Norte, protestantes, temem que a sua causa seja enfraquecida num contexto político alterado pela saída da União Europeia, e pelo avanço dos nacionalistas republicanos e católicos, a favor da reunificação com a vizinha Irlanda.

“Assumo minhas novas tarefas determinado a buscar o bem-estar de todos os habitantes da Irlanda do Norte”, prometeu Charles III no Castelo de Hillsborough, no sul de Belfast, aos representantes políticos locais. 

A visita de Elizabeth II à Irlanda em 2011 foi a primeira de um monarca britânico desde a independência e ajudou a selar a paz na região.

Se a rainha gozava de respeito de amplos setores em todas as regiões, Charles III tem o desafio de manter as costuras do reino após o Brexit.

A decisão de deixar a União Europeia foi percebida como inglesa e estimulou o sentimento anti-Londres entre os separatistas escoceses, galeses e norte-irlandeses.

Última viagem a Londres

Dezenas de milhares de pessoas passaram desde segunda-feira pela Catedral de Saint Giles para homenagear a monarca britânica.

Gavin Hamilton, de Edimburgo, ficou na fila por mais de cinco horas e só conseguiu entrar na catedral às 2H50. E milhares de pessoas continuavam na fila.

“Na fila havia pessoas que vieram de Aberdeen, a quase 100 milhas (160 quilômetros)”, disse.

Elizabeth II faleceu na quinta-feira (8) aos 96 anos em sua residência de Balmoral, na região das Highlands escocesas.

Durante a noite permanecerá no ‘Bow Room’ do Palácio de Buckingham, ao lado da família, e na quarta-feira será levado para o Westminster Hall, a ala mais antiga da sede do Parlamento britânico.

Centenas de milhares de pessoas devem passar pelo local para prestar homenagem à rainha. O governo alertou que as pessoas podem ser obrigadas a passar várias horas na fila antes de se aproximar do caixão.

“Levem isto em consideração antes de decidir sobre comparecer ou trazer crianças”, advertiu Downing Street.

Desde segunda-feira, várias pessoas já aguardavam diante do Parlamento, 48 horas antes da abertura do local para o público, prevista para quarta-feira às 17H00 (13H00 de Brasília). 

“Eu disse a minhas filhas que definitivamente vou apresentar meus respeitos presencialmente. Estou feliz de estar na fila, não importa o tamanho”, disse Vanessa Nanthakumaran, uma das primeiras pessoas na fila.

No domingo está previsto um minuto de silêncio às 20H00 (16H00 de Brasília).

© Agence France-Presse

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