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China tira do cargo chanceler desaparecido há um mês e renomeia antecessor

A saída de Qin acontece após um mês de rumores na cobertura ocidental e em mídia social, inclusive chinesa, um deles sobre relação extraconjugal

Redação Jornal de Brasília

25/07/2023 10h40

Foto: Reprodução

NELSON DE SÁ
TAIPÉ, TAIWAN (FOLHAPRESS)

Wang Yi, 69, que foi ministro do exterior da China ao longo dos dois primeiros mandatos de Xi Jinping, acaba de voltar ao cargo, informaram a rede CCTV e a agência de notícias Xinhua nesta terça (25). A decisão, para a qual não foi dada explicação, saiu de uma sessão especial da Comissão Permanente do Congresso Nacional do Povo, em Pequim, um dia após reunião do Politburo do Partido Comunista.

Segundo a nota curta distribuída, “a mais alta legislatura da China votou para nomear Wang Yi como ministro das Relações Exteriores” e “Qin Gang foi removido do cargo”. O mesmo decreto nomeou o novo presidente do banco central chinês, Pan Gongsheng. Foi assinado por Xi, que tinha Qin Gang como aliado próximo e o elevou ao ministério relativamente jovem, aos 57 anos.

A saída de Qin acontece após um mês de rumores na cobertura ocidental e em mídia social, inclusive chinesa, um deles sobre relação extraconjugal. Sua última aparição pública foi em 25 de junho. O ministério chegou a dizer que ele se afastou por “razões de saúde”, mas evitou repetir a explicação. Há uma semana, a porta-voz Mao Ning afirmou que “as atividades diplomáticas estão em andamento normal”.

Wang já vinha ocupando seu lugar, tendo ido ao encontro preparatório da cúpula Brics na África do Sul e recebendo em Pequim o enviado dos Estados Unidos para o clima, John Kerry, e o ex-secretário de Estado Henry Kissinger. Mas o chanceler britânico, James Cleverly, teria adiado viagem à China devido à indefinição sobre o colega chinês.

O decreto não deixa claro se a nomeação de Wang é temporária. Ao menos inicialmente, ele deve acumular as tarefas de chefe de política externa do Partido Comunista, cargo em que assessora Xi na definição das estratégias a serem adotadas, e de chanceler, que é quem as executa.

Até dezembro, Qin foi embaixador por um ano e meio em Washington e, antes disso, porta-voz do ministério do exterior, função em que chegou a ser identificado como “lobo guerreiro”. A expressão, tirada de um filme chinês de ação de mesmo nome, de 2015, é usada para descrever os diplomatas mais nacionalistas e aguerridos. Antes da diplomacia, Qin trabalhou no escritório de Pequim da agência de notícias UPI.

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