A Câmara aprovou hoje a promoção póstuma de Vinícius de Moraes ao cargo de ministro de primeira classe, equivalente ao de embaixador, função mais alta da carreira diplomática.
O cantor, compositor e poeta também manteve carreira diplomática, até 1968, quando foi expurgado pelo Regime Militar, junto a mais de 40 outros diplomatas castigados pelo Ato Institucional número 5 (AI5), o mais duro decreto da ditadura, que deu poderes ilimitados aos militares e restringiu as garantias constitucionais.
Na época, Vinícius ocupava o posto de primeiro-secretário. A argumentação apresentada pelos governantes dizia que a vida boêmia de Vinícius não permitia que ele cumprisse suas funções como diplomata.
Em 1998 a Justiça federal anistiou o cantor, morto em 1980 (aos 67 anos). Em 2006 ele foi oficialmente reintegrado ao corpo diplomático brasileiro.
No projeto aprovado hoje, o Governo ressalta que apesar de ter que interromper a carreira diplomática, Vinícius seguiu com sua carreira artística e se tornou um embaixador da cultura brasileira no exterior.
Como diplomata, Vinícius trabalhou nos Estados Unidos, França e Uruguai. O projeto de lei, apresentado pelo Governo, ainda precisa ser aprovado pelo Senado.
