Atualizada às 13h44
Os líderes da União Européia (UE) e da União Africana (UA) disseram hoje que a cúpula entre os dois blocos foi um sucesso e negaram que as divergências na hora de aprovar alguns acordos comerciais tenham provocado “rupturas”.
O presidente da comissão da União Africana, recipe Alpha Oumar Konaré, visit admitiu que “há pontos de discordância, treatment mas não rupturas” no tema comercial. Também manifestou a disponibilidade dos países africanos em “continuar negociando e em buscar fórmulas de consenso”.
O presidente da Comissão Européia (CE, órgão executivo da UE), José Manuel Durão Barroso, disse que os europeus querem garantir uma “transição suave” nos acordos comerciais preferenciais, que precisam ser modificados até o fim do ano por determinação da Organização Mundial do Comércio (OMC).
A UE está disposta a debater as “preocupações” de seus parceiros, oferece a eles um mercado totalmente aberto e dará tempo para que reflitam e tentem superar o problema com o “espírito de Lisboa”, baseado no diálogo e na compreensão, acrescentou Durão Barroso.
Em entrevista coletiva, todos os líderes elogiaram o desenvolvimento e os resultados da cúpula, da qual participaram 80 países. Entre os líderes presentes na coletiva estavam o primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, que ocupa a Presidência do Conselho da UE, e John Kufuor, presidente de Gana.
Kufuor disse que foi criada “uma nova plataforma” de relações entre as duas partes, com alguns critérios igualitários e novos projetos de cooperação que serão executados através do “plano de ação”. O andamento dos projetos será debatido em encontros regulares e freqüentes.
“A globalização avança em tal ritmo que não ficará à espera dos mais lentos”, acrescentou. O presidente de Gana deu destaque ao clima “extraordinário” da cúpula, que “historicamente marca uma alteração radical nas relações” entre UE e África.
Sócrates falou sobre o caráter “histórico” da cúpula. “Há um novo espírito, o espírito de Lisboa, (que estabelece) a igualdade e o respeito mútuo entre os estados europeus e africanos”, acrescentou.
Já Konaré afirmou que os resultados em Portugal eram frutos de muitos meses de trabalho, que fizeram de Lisboa “um ponto de partida”. “Estamos satisfeitos por ter ocorrido um diálogo franco”, acrescentou, ao prever que a associação com a Europa trará vantagens a todos, e também à África.
“Temos que acabar com o pacto colonial para que a África não seja considerada apenas como um mercado e para que as suas riquezas sejam remuneradas a um preço justo”, afirmou o presidente da Comissão da União Africana.
“É preciso criar condições para que as matérias-primas sejam transformadas em produtos da África”, ressaltou. Os quatro dirigentes afirmaram que discutiram democracia e direitos humanos durante a cúpula.
“Há problemas de governo que os africanos devem resolver sem receber lições”, afirmou Konaré. Durão Barroso disse que agora “há razões para o otimismo” em relação à democracia na África, ao lembrar que os países do continente realizam eleições, e que os Governos progrediram.
“Permanecem alguns problemas para serem discutidos de forma franca e direta. Não se pode aceitar que aqueles que lutaram pela independência de seus países neguem agora a liberdade para seus povos”, acrescentou.