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Mundo

Autoridades iraquianas relacionam ataques a processo político

Arquivo Geral

08/12/2009 0h00

A violência voltou a aterrorizar Bagdá hoje, quando uma série de atentados deixou pelo menos 127 mortos e 450 feridos, em um momento em que o país parece sair da crise eleitoral com o acordo para a realização de eleições gerais em 6 de março de 2010.


O último balanço sobre o número de vítimas, confirmado à Agência Efe por uma fonte do Ministério do Interior, torna esta terça-feira o segundo dia mais sangrento do ano no Iraque, depois da série de ataques que, em 25 de outubro, causou 155 mortes no país.


Ao longo de todo o dia, circularam várias notícias sobre novas vítimas, mas a contagem ainda não terminou. Enquanto o porta-voz do plano de segurança de Bagdá, Qasem Ata, informou haver 97 mortos e 197 feridos, o ministro da Saúde, Saleh al-Hasabani, falava de 63 mortos e 479 feridos, dos quais 307 teriam recebido alta.


O mesmo desencontro de informações ocorreu em relação ao número de ataques, já que algumas fontes disseram que foram registrados cinco atentados, ao passo que outras falaram de quatro.


A fonte do Ministério do Interior ouvida pela Efe confirmou os cinco ataques, dos quais quatro foram perpetrados por suicidas ao volante de carros-bomba.


O informante disse que o primeiro atentado foi contra o Ministério das Finanças, na Avenida Al-Gumhuriya, em pleno centro da capital. Segundo informações, o ataque foi cometido com um carro-bomba, detonado à distância.


O segundo ocorreu em frente ao Tribunal Central de Al-Karag, no bairro de Al-Mansur, no oeste da cidade, onde um terrorista suicida detonou os explosivos que carregava no veículo.


Um terceiro carro-bomba foi detonado, também por um suicida, na esquina da Avenida Al-Nida, próxima ao Instituto de Justiça, no bairro de Al Qahira, no norte de Bagdá.


A quarta explosão, também causada por motorista suicida em um carro-bomba, foi perto do Ministério do Interior, na região de Bab al-Sharqi, na área leste, enquanto o último dos atentados aconteceu no bairro de Al-Doura, no sul da capital.


Imediatamente depois, as autoridades iraquianas apressaram-se em atribuir as explosões à Al Qaeda e ao ex-partido governista Baath, do falecido ditador Saddam Hussein.


Em declarações à TV estatal “Al Iraqiya”, Ata disse que “as abjetas mãos dos que cometeram os atentados de agosto e outubro são as mesmas que causaram as explosões de hoje”.


Ata se referia aos ataques dos dias 19 de agosto, que deixaram 87 mortos, e 25 de outubro, o mais violento do ano, que o Governo de Bagdá afirma terem sido de responsabilidade da Al Qaeda e do Baath.


Em comunicados, tanto o presidente Jalal Talabani quanto o primeiro-ministro Nouri al-Maliki não hesitaram em atribuir a autoria dos ataques à organização terrorista e ao partido de Saddam. “Bandos criminosos da Al Qaeda e do Baath cometeram estes ataques, respaldados por pessoas no exterior”, disse Maliki.


Talabani ressaltou que os atentados “têm o objetivo de atrapalhar o processo político” e lembrou que ocorrem depois da “grande conquista democrática que representa a aprovação da lei para realização das eleições”.


Os ataques coincidiram hoje com o anúncio de uma nova data, 6 de março, para a realização das eleições gerais, adiadas várias vezes nos últimos meses.


Segundo a “Al Iraqiya”, o Conselho Presidencial iraquiano – composto por Talabani e pelos dois vice-presidentes, o sunita Tareq al-Hashemi e o xiita Adel Abdel Mahdi – definiu a data após uma reunião com membros da Comissão Suprema Independente Eleitoral (CSIE) e da missão da ONU no Iraque (Unami).

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