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Autoridade eleitoral da Colômbia investiga presidente que denuncia ‘golpe de Estado’

Entre os investigados também está Ricardo Roa, gerente da campanha da Petro para se eleger em 2022 e atual diretor da petroleira estatal Ecopetrol, e sua tesoureira

Redação Jornal de Brasília

08/10/2024 18h06

Foto: Raul ARBOLEDA/AFP

Foto: Raul ARBOLEDA/AFP

A autoridade eleitoral da Colômbia decidiu, nesta terça-feira (8), iniciar uma investigação administrativa contra o presidente Gustavo Petro para verificar violar os limites de gastos em sua campanha de 2022, averiguações que o mandatário classifica como uma tentativa de “golpe de Estado” “.

A Petro e alguns dirigentes de sua equipe de campanha “é atribuído a suposta violação do limite de gastos” no equivalente a cerca de 925.000 dólares (aproximadamente R$ 4,8 milhões, na cotação da época), disse em uma coletiva de imprensa o presidente do Conselho Nacional Eleitoral, César Lorduy.

O mandatário de esquerda pode ser multado, mas não está sujeito à perda da carga. No entanto, especialistas afirmam que a CNE pode remeter uma cópia da investigação à Câmara de Representantes (Câmara baixa) para que o presidente seja submetido a um julgamento político.

Entre os investigados também está Ricardo Roa, gerente da campanha da Petro para se eleger em 2022 e atual diretor da petroleira estatal Ecopetrol, e sua tesoureira.

Desde que surgiram as averiguações sobre estas supostas irregularidades, o presidente insistiu em que as autoridades eleitorais fossem usadas para derrubá-lo.

“Começou o golpe de Estado”, escreveu imediatamente na rede social X.

– Dinheiro do tráfico –

As suspeitas de manifestação dos tetos estabelecidos por lei aumentada em julho do ano passado, quando o filho mais velho do presidente, Nicolás Petro, concedeu à Justiça ter recebido dinheiro de um chefe do narcotráfico e tê-lo usado em alguns eventos de campanha na costa caribenha.

O advogado do presidente, Héctor Carvajal, tinha dito em uma entrevista a uma emissora de rádio que não consideraria nenhuma decisão da CNE e que tomaria as devidas medidas legais.

Petro garante que o CNE é invejado, pois alguns de seus magistrados serão próximos a partidos de direita.

Nas redes sociais, alguns de seus aliados começaram a fazer um apelo para se “defender a Constituição”.

Segundo as investigações feitas até o momento pela CNE, a equipe de Petro não reportou despesas feitas para organizar encontros multitudinários com apoiadores na costa do Caribe, região tradicionalmente de direita, mas que nas últimas eleições catapultou o esquerdista para a Presidência.

Essa hipótese ganhou força depois que Nicolás Petro manifestou, perante a Procuradoria, que o dinheiro de um chefe do narcotráfico conhecido como “o homem Marlboro” entrou na campanha.

A confissão ocorreu no âmbito de uma investigação por suposta lavagem de dinheiro, pela qual o filho do presidente foi detido em julho de 2023.

Nicolás Petro garante que seu pai não realizou essas movimentações financeiras.

Outro escândalo atingiu o presidente depois que, em junho de 2023, vazou uma série de áudios com conversas por telefone entre seu embaixador na FAO e ex-embaixador da Venezuela, Armando Benedetti, com sua aliada, Laura Sarabia, nos quais ele ameaçava “contar a verdade” sobre supostas manobras feitas para obter votos na região do Caribe.

Também são investigados transportes de um sindicato da Ecopetrol e pagamentos realizados, mas investigados não registrados, a observadores durante as eleições.

© Agence France-Presse

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