Atentado contra comitiva de deputados no Afeganistão deixa 30 mortos
Um atentado suicida realizado hoje no norte do Afeganistão matou 30 pessoas, and entre elas cinco deputados afegãos, e deixou cerca de 60 feridos, em um dos mais sangrentos ataques cometidos no país desde a queda do regime talibã, em 2001.
O ataque aconteceu na província afegã de Baghlan, quando uma explosão atingiu uma comitiva de deputados, além de muitos estudantes e moradores do lugar que tinham se reunido em uma fábrica de açúcar por ocasião da visita dos parlamentares.
O porta-voz do Ministério do Interior afegão, Zemarai Bashary, informou sobre a existência de 30 mortos e cerca de 60 feridos, e disse que “tudo aponta para um atentado suicida”.
Entretanto, testemunhas do ocorrido elevaram o número de mortos para cerca de 50.
Bashary também disse que os deputados pertenciam a uma comissão econômica do Parlamento afegão.
Entre as vítimas está o porta-voz da principal aliança opositora do Parlamento, a Frente Nacional, Sayed Mustafa Kazemi.
Morreram também pelo menos outros quatro deputados que tinham viajado para Baghlan em visita oficial, para analisar a situação da área e visitar várias fábricas.
O subchefe da Polícia de Baghlan, Naeem Khan, disse à Efe que muitas das vítimas eram estudantes, que se juntaram para receber a delegação de parlamentares.
O presidente afegão, Hamid Karzai, condenou o “cruel ato terrorista” e expressou sua “profunda dor” pela morte de “parlamentares, mulheres e crianças”.
Em comunicado, Karzai declarou que, segundo relatórios das agências de segurança, os “inimigos da paz e da segurança no Afeganistão” realizaram o atentado, utilizando os termos freqüentemente usados pelas autoridades para se referir aos talibãs.
No entanto, um porta-voz dos talibãs, Yousef Ahmadi, que atuou como representante dos insurgentes em várias ocasiões, condenou o atentado e assegurou à Efe que suas forças não têm nada a ver com o ocorrido.
O atentado de hoje é um dos mais graves ocorridos no Afeganistão desde a queda do regime talibã, em 2001, após a invasão liderada pelos Estados Unidos.
Até agora, o atentado com mais vítimas havia acontecido em junho deste ano, quando 35 pessoas morreram e outras 35 ficaram feridas na explosão de uma bomba dentro de um ônibus em Cabul.
Além disso, 28 civis e dois soldados morreram no final de setembro em um atentado suicida contra outro ônibus, desta vez militar, na capital afegã.
Calcula-se que mais de 5.300 pessoas tenham morrido desde janeiro deste ano por causa da violência no Afeganistão, que vive seu ano mais sangrento desde 2001.
A maioria dos confrontos acontece no sul do país, onde os talibãs mantêm suas principais forças.
O atentado suicida de hoje foi condenado pela Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf), sob comando da Otan, que demonstrou sua “profunda tristeza” pelo “ataque terrorista sem sentido” de Baghlan.
Em comunicado, a Isaf denunciou que se tratou de um atentado “indiscriminado” contra “civis inocentes”.
Também explicou que suas tropas deram assistência médica às vítimas e apoiaram as autoridades afegãs com uma equipe de avaliação de danos.
A Isaf mantém cerca de 35 mil soldados no Afeganistão sob comando da Otan.
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