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Após atacar base dos EUA, líder do Irã diz que país ‘não agrediu ninguém’

O aiatolá Khamenei, 86, afirmou que o Irã não vai aceitar agressão de nenhum país. “Não agredimos ninguém. E não aceitaremos nenhuma agressão de ninguém, sob nenhuma circunstância”, publicou

Redação Jornal de Brasília

23/06/2025 17h32

Foto: Khamenei.Ir / AFP

Foto: Khamenei.Ir / AFP

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS)

Horas após ter lançado um ataque com mísseis contra a base militar dos Estados Unidos, no Qatar, o líder do Irã publicou no X que o país “não agrediu ninguém”. O governo do Qatar informou que não há feridos e nem mortos.

O aiatolá Khamenei, 86, afirmou que o Irã não vai aceitar agressão de nenhum país. “Não agredimos ninguém. E não aceitaremos nenhuma agressão de ninguém, sob nenhuma circunstância”, publicou.

Khamenei escreveu que essa é a lógica da nação iraniana. “Não nos submeteremos a agressão de ninguém, sob nenhuma circunstância”, afirmou.

O aiatolá do Irã se isolou em bunker temendo ser alvo de ataques. Enfraquecido após perder vários auxiliares e ciente de que pode ser ele mesmo vítima de um atentado em breve, o líder supremo do Irã nomeou à Assembleia dos Peritos três clérigos como candidatos à sucessão, informou o jornal americano The New York Times neste sábado (21).

Khamenei, que comanda os militares, o Judiciário, o Legislativo e o Executivo, é também o mais alto clérigo na hierarquia dos muçulmanos xiitas. Ele conduz o país com mão de ferro desde 1989 e é o mais longevo chefe de Estado em todo o Oriente Médio.

‘ERA DO ESPANCAMENTO CHEGOU AO FIM’, DIZ IRÃ

Irã diz que ataque contra bases dos EUA foram feitos porque o país violou o direito internacional. Em comunicado divulgado pela emissora estatal do país, o regime iraniano justifica que os bombardeios desta segunda-feira (23) foram retaliações ao que chamou de “flagrante agressão militar do regime criminoso dos Estados Unidos contra as instalações nucleares pacíficas da República Islâmica do Irã”.

O país afirmou que não deixará sua integridade territorial, soberania e segurança nacional sem respostas, em nenhuma circunstância. “Com a agressão do inimigo americano, tornou-se claro para todos que a maldade dos sionistas era uma extensão dos desígnios americanos. Assim, lembramos que, nesta defesa nacional, as bases e os alvos militares móveis dos EUA na região não são um ponto forte, mas sim uma grande fraqueza e um espinho no pé deste regime belicista”, diz comunicado.

“Mais uma vez alertamos os inimigos do Irã islâmico de que a era de espancamento e enfrentamento chegou ao fim, assim como a vontade das poderosas forças armadas populares do país. Qualquer repetição de atos de vandalismo levará à aceleração do colapso dos pilares militares dos EUA na região”, disse o Irã, em comunicado divulgado nesta segunda-feira.

ATAQUE OCORREU NA MAIOR BASE DOS EUA NO ORIENTE MÉDIO

Base americana de Al-Udeid, no Qatar, foi o alvo do ataque na noite desta segunda-feira (horário local). Irã lançou seis mísseis em direção às instalações dos EUA, segundo o site Axios. O governo do Qatar informou que não há feridos e nem mortos.

Inicialmente, relatos diziam que a base aérea de Ain al-Asad, no Iraque, também teria sido atingida. Mas um oficial militar dos EUA afirmou à Reuters que nenhum ataque do Irã foi registrado em qualquer base americana além de Al Udeid, no Qatar.

O sistema de defesa aérea foi ativado na base aérea americana no Iraque. A recomendação do governo é que soldados devem se abrigar em bunkers.

Irã anunciou que começou uma operação no Oriente Médio. Em comunicado divulgado nas redes sociais, a TV estatal iraniana informou o início da “Operação Anunciação da Vitória” contra as forças militares dos EUA, em resposta aos ataques anteriores a três usinas nucleares iranianas.

EUA monitoram ataques do Irã e Trump convocou uma reunião de emergência com sua equipe de segurança, no Salão Oval. Um alto funcionário do governo norte-americano disse à Reuters que a Casa Branca e o Departamento de Defesa dos Estados Unidos estão cientes e monitorando de perto as potenciais ameaças à base aérea de Al Udeid, no Qatar.

Por enquanto, o governo de Donald Trump insiste em adotar a narrativa de que o ataque foi apenas “simbólico”. O posicionamento inicial é de que o ataque desta segunda-feira seria uma tentativa do regime em Teerã de mostrar “sua suposta força” a sua própria população, na esperança de manter sua credibilidade. O volume de mísseis seria apenas uma fração do que foi lançado nos primeiros dias dos ataques entre Israel e Irã.

Trump não deve retaliar, segundo avaliação da diplomacia americana. Caso ataque do Irã tenha se limitado aos mísseis lançados contra a base militar dos EUA no Qatar, a avaliação é de que há uma possibilidade de que Trump opte por não retrucar, em especial diante do caráter “telegrafado” da ofensiva iraniana nesta segunda-feira.

Criada em 1996, a base militar dos EUA em Doha, no Qatar, tem hoje 10 mil soldados. A base, com 24 hectares, é localizada ao sudoeste da capital Doha, e é o quartel-general avançado do Comando Central dos EUA. Trata-se de uma das bases mais estratégicas dos americanos no mundo e dirige operações militares dos EUA em uma faixa de território que se estende do Egito, até o Cazaquistão.

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