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Amorim: <i>países ricos querem pegar carona na proposta dos EUA para reduzir emissões</i&gt

Arquivo Geral

10/12/2009 0h00

Ao comentar as negociações da 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou hoje (10) que os países ricos estão tentando “pegar carona” na proposta apresentada pelos Estados Unidos de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 17% até 2020.


“É um jogo de cena”, disse, ao participar de entrevista a emissoras de rádio durante o programa Bom Dia, Ministro. A meta norte-americana foi criticada até mesmo por países da União Europeia. “Esse famoso documento que vazou caminhava nessa direção, de colocar tudo no mesmo balaio”, completou Amorim, ao se referir a um texto divulgado no segundo dia da conferência.


Para ele, é preciso exigir que os países ricos se comprometam com metas compatíveis com a quantidade de poluição na atmosfera. Ele lembrou que o bloco europeu propôs reduções entre 20% e 40% e avaliou que um corte de 30% é o “minimamente razoável”. Amorim acredita, entretanto, que o acordo firmado entre o Brasil e a França pode funcionar como uma espécie de ponte para um maior comprometimento dos países ricos.


Outro assunto que gerou polêmica em Copenhague trata do financiamento reservado a países pobres e em desenvolvimento para que cumpram as metas apresentadas no encontro. Sobre essa questão, o ministro afirmou que o Brasil, mesmo como país em desenvolvimento, quer receber recursos, uma vez que apenas a proposta de redução do desmatamento da Amazônia em 80% até 2020 representa mais do que toda a meta apresentada pelo governo Barack Obama.


Perguntado se está confiante sobre a possibilidade de um acordo global ao final do encontro na Dinamarca, Amorim disse apenas que ser otimista faz parte de seu perfil profissional, mas admitiu que há sempre “uma pontinha de crítica” em relação ao assunto.


“Não quero ser a consciência do mundo, mas acho que os Estados Unidos deram um passo porque estavam em uma situação de negação, mas é um passo devagar. Eles querem ter tratamento de país em desenvolvimento. O mundo pode até aceitar isso por um tempo, mas é um progresso ainda muito pequeno em relação ao que é necessário.”

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