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Americanos estão divididos sobre proibição do TikTok nas eleições

Apesar de aderir ao aplicativo, a campanha presidencial de Biden afirmou que está usando um celular separado para o TikTok

Redação Jornal de Brasília

16/02/2024 10h15

A campanha do presidente americano Joe Biden está adotando o TikTok para agradar os eleitores mais jovens antes das eleições presidenciais, mas os adultos dos Estados Unidos têm opiniões divergentes sobre a operação do aplicativo de compartilhamento de vídeos no país.

Uma nova pesquisa da Associated Press e do Norc Center for Public Affairs Research revela uma divisão tripartite quando se trata de proibir o aplicativo, com 31% dos adultos dos EUA dizendo que seriam a favor de uma proibição nacional do uso do TikTok, enquanto 35% dizem que se oporiam a esse tipo de ação. Outros 31% dos adultos dizem que não são a favor nem contra a proibição da plataforma de mídia social, que é de propriedade da ByteDance, sediada em Pequim.

As discussões sobre a proibição do TikTok atingiram um pico nos EUA no início do ano passado, depois que uma série de legisladores, governos e órgãos reguladores ocidentais levantaram preocupações de que um conjunto de leis chinesas poderia forçar a empresa a compartilhar dados de usuários com o governo autoritário da China. Evidências específicas desta hipótese não foram fornecidas pelo governo dos EUA ou pelos críticos do TikTok.

Apesar de aderir ao aplicativo, a campanha presidencial de Biden afirmou que está usando um celular separado para o TikTok para isolar o aplicativo de outras comunicações e que estava tomando medidas adicionais de proteção. Alguns republicanos criticaram a decisão. No ano passado, o próprio governo Biden proibiu o uso da rede social por agências federais.

Contudo, a pesquisa da AP-Norc mostra que os usuários do TikTok – cerca de 170 milhões nos EUA, a maioria dos quais é mais jovem – têm menos probabilidade de se preocupar com o compartilhamento de dados dos usuários americanos pelo aplicativo, o que reflete uma divisão geracional sentida anteriormente. Cerca de um quarto dos usuários diários dizem estar “extremamente ou muito preocupados” com a ideia de o governo chinês obter as informações pessoais dos usuários, em comparação com cerca de 50% dos adultos dos EUA em geral.

Analista da Wedbush Securities, Dan Ives nota que esta divisão geracional coloca os políticos americanos em uma encruzilhada, entre adotar tom “rígido” em comentários públicos e de fato restringir o aplicativo – um “tiro que pode sair pela culatra” na realidade.

O TikTok se defendeu vigorosamente desde o início das acusações no ano passado, dizendo que nunca compartilhou dados com o governo chinês e que não o fará se solicitado, prometendo isolar as informações em uma entidade administrada independentemente da ByteDance e monitorada por observadores externos. Segundo a rede social, os novos dados de usuários americanos estão sendo armazenados atualmente em servidores mantidos pela empresa de software Oracle.

Em resposta a uma pergunta sobre se o uso do aplicativo por campanhas políticas neutraliza as preocupações de segurança que foram levantadas, o porta-voz do TikTok, Alex Haurek, disse: “esperamos que os políticos de ambos os partidos reconheçam o progresso que fizemos na proteção de dados de usuários dos EUA, um esforço que nos colocou bem à frente de qualquer empresa semelhante nesse espaço”.

Estadão Conteúdo

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