O conselheiro de paz do presidente colombiano, Gustavo Petro, questionou, nesta quarta-feira (5), a existência da quadrilha criminosa Tren de Aragua, pondo em dúvida o início dos diálogos de paz.
Um indivíduo conhecido pelo codinome Larry Changa, considerado um dos líderes da organização de origem venezuelana, enviou em outubro uma carta a Petro com a proposta de realizar diálogos que levem ao seu desarmamento.
Até o momento, o presidente não respondeu ao pedido do líder criminoso, que está em um presídio de Bogotá, à espera de ser resolvido um pedido de extradição do Chile.
O conselheiro de paz Otty Patiño questionou, nesta quarta-feira, a existência do Tren de Aragua, grupo criado na Venezuela e ao qual os Estados Unidos classificaram “como uma importante organização criminosa transnacional” em 2024.
Em entrevista à W Radio, ele contou que após consultas com o embaixador colombiano em Caracas, concluiu que a organização “não existe”.
O diplomata “me diz que existiu, mas que isso é questão do passado”, acrescentou Patiño, que é encarregado de iniciar qualquer diálogo de paz com grupos armados.
Portanto, o conselheiro pôs em dúvida que o governo vá iniciar diálogos de paz com a quadrilha.
“Não sei como se pode dialogar com uma organização cuja existência é um pouquinho fantasmagórica, é muito difícil começar a falar com fantasmas ou com organizações de existência duvidosa”, acrescentou o conselheiro.
O presidente americano, Donald Trump, declarou o Tren de Aragua como organização “terrorista” no marco de sua investida contra o narcotráfico na América Latina.
Washington assegura que pelo menos uma das supostas lanchas do tráfico de drogas destruídas por seus militares destacados no Caribe desde setembro operava para esta quadrilha.
Petro se opõe a estes ataques. Em meio a suas críticas aos Estados Unidos, Trump o acusou de ser um “líder do narcotráfico” por não deter a produção de cocaína em seu país e lhe impôs sanções financeiras.
O Tren de Aragua surgiu dentro do presídio venezuelano conhecido como Tocorón e segundo estudos se expandiu para vários países da região, onde lucra com diversos crimes, como o tráfico de entorpecentes e a extorsão.
AFP