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Alemanha já tem índice de mortes maior que o dos EUA

Nesse período, diariamente, cerca de 15 a cada 1 milhão de alemães morreram por causa do novo coronavírus. Nos EUA, essa proporção é de 13 a cada 1 milhão

Marcus Eduardo Pereira

16/01/2021 7h56

Passengers wearing a face mask or covering due to the COVID-19 pandemic, react as they exit Terminal 1 after landing at Manchester Airport in Manchester, north west England on July 27, 2020. – Tour operator TUI has cancelled all British holidays to mainland Spain from Monday until August 9, after the UK government’s decision to require travellers returning from the country to quarantine. The newly-imposed rule to self-isolate, abruptly introduced at midnight Saturday hours after being announced, follows a surge in coronavirus cases in parts of Spain in recent weeks. (Photo by Anthony Devlin / AFP)

Antes exemplo de resposta à pandemia da covid-19, a Alemanha agora enfrenta um aumento inédito da taxa de mortalidade pela doença e o governo já planeja aumentar as medidas de restrição em todo o país, que incluiria até a obrigatoriedade do uso de máscaras profissionais por toda a população e a interrupção do transporte público.

Desde o início da pandemia, a taxa de mortes per capita na Alemanha era menor do que a dos Estados Unidos. No entanto, a partir de desde meados de dezembro, isso começou a mudar. Nesse período, diariamente, cerca de 15 a cada 1 milhão de alemães morreram por causa do novo coronavírus. Nos EUA, essa proporção é de 13 a cada 1 milhão.

A chanceler alemã, Angela Merkel, quer implementar uma “megaquarentena”, segundo o jornal Bild, fechando todo o território. Autoridades de saúde temem que o país tenha uma explosão de casos e mortes até a Páscoa por causa das duas novas cepas da covid-19, detectadas no Reino Unido e na África do Sul – ambas 70% mais transmissíveis.

Segundo o jornal, entre as novas medidas avaliadas por Merkel estão a interrupção do serviço de transporte público para curta e longa distâncias, a reintrodução dos controles fronteiriços, a imposição generalizada do uso de máscaras FPP2, as mesmas utilizadas por profissionais de saúde, e a imposição do trabalho remoto

O bloqueio atual no país, sob o qual escolas e lojas e serviços não essenciais foram fechados, deveria durar até o dia 31. No entanto, a chanceler vem dizendo que o país precisaria de mais oito a dez semanas para conter a pandemia.

Nas últimas 24 horas foram registrados 25.164 novos casos e 1 244 mortes no país. No total, são mais de 45 mil óbitos e pouco mais de 2 milhões de infecções. O governo ainda considera que haja subnotificação por causa de mortes ainda não reportadas oficialmente que ocorreram durante os feriados do fim do ano.

Em novembro, com o avanço da segunda onda da pandemia, a Alemanha implementou uma quarentena parcial, permitindo que lojas e escolas ficassem abertas. Tudo foi fechado no mês seguinte. Em janeiro, o governo estendeu a quarentena até o fim deste mês.

Lothar Wieler, presidente do Instituto Robert Koch, a agência do governo responsável pelo controle e prevenção de doenças, disse que a segunda série de restrições não foi implementada de forma tão sólida como durante a primeira onda de contaminações. O instituto tem defendido a ampliação do confinamento em todo o país, alegando que as medidas atuais têm “muitas exceções”.

Hospitais em 10 dos 16 Estados alemães estão com 85% dos leitos ocupados por pacientes com covid-19, informou Wieler. O país tem registrado uma média de 540 novas internações de pacientes com covid-19 ao dia – 31% deles tem morrido, de acordo com dados oficiais.

Com as mortes, aumentou muito a demanda nos crematórios. Em Meissen, cidade ao leste do país, há uma fila pelo serviço. “Atualmente, recebemos 400 (caixões) em uma semana para cremação”, o dobro do número usual, disse Jörg Schaldac, diretor do crematório local.

Desde de 26 de dezembro, quando começou a vacinação, quase 900 mil pessoas foram imunizadas – o país tem por volta de 82 milhões de habitantes. Haverá uma reunião entre os líderes regionais no dia 25 para discutir novas restrições.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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