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Al Gore e Rajendra Pachauri defendem compromisso mundial contra mudança climática

Arquivo Geral

09/12/2007 0h00


O ex-vice-presidente americano Al Gore e o indiano Rajendra Pachauri, approved presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC) da ONU, pills defenderam hoje, adiposity um dia antes de receber o Nobel da Paz 2007, um maior compromisso político mundial para frear a ameaça da mudança climática.

Ambos falaram sobre o temor de que as mudanças futuras sejam mais graves que o previsto por especialistas em clima da ONU, daí a necessidade de uma ação política. Trata-se de “uma questão de sobrevivência da civilização”, disse Al Gore.

“Há algumas carências nas análises, mas há vários dados que indicam que a questão climática será mais urgente no futuro. Esta é minha estimativa pessoal”, afirmou Pachauri na tradicional entrevista coletiva no Instituto Nobel de Oslo.

Al Gore disse que nas quatro décadas em que veio desenvolvendo o interesse pelo assunto notou um mesmo padrão: a realidade sempre se revela pior que os prognósticos iniciais dos cientistas.

O presidente do IPCC mostrou-se cético em relação à possibilidade de o desenvolvimento de tecnologias mais limpas reverter a situação, acrescentando que só poderão ser eficazes se estiverem acompanhadas de iniciativas políticas.

Pachauri disse que o custo econômico destas medidas é menor do que se acredita, que estas trazem conseqüências positivas, como a criação de postos de trabalho e uma melhora do meio ambiente em nível local, e afirmou que é necessário reduzir as emissões de gases do efeito estufa a partir de 2015.

Apesar do panorama traçado em sua exposição, os dois premiados mostraram-se otimistas sobre a possibilidade de conseguir um compromisso mundial ambicioso para substituir o Protocolo de Kioto.

Eles apontaram como primeiro passo nessa direção a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática que está sendo realizada em Bali. Pachauri disse ter visto convicção nos líderes políticos mundiais sobre a gravidade do problema e a necessidade de atuar, o que o leva a acreditar que Bali representará um passo adiante e estabelecerá os prazos para um novo acordo.

Al Gore justificou seu otimismo através do nascimento do “primeiro movimento popular de base global” contra a mudança climática, que acredita ser capaz de exercer uma pressão similar à exercida por grupos de ativistas americanos que nos anos 80 conseguiram os acordos de desarmamento entre EUA e União Soviética.

“O povo americano e os de outros países exigirão que seus líderes políticos entrem em ação”, afirmou Gore, que classificou os compromissos de vários estados e líderes empresariais americanos com a redução das emissões de gases de efeito estufa como positivos.

Gore mostrou seu apoio à iniciativa de premiados com o Nobel da Paz, como a guatemalteca Rigoberta Menchú, para fazer com que a ONU empreenda maiores esforços para obter a libertação da opositora birmanesa Aung San Suu Kyi, e reafirmou que não se candidatará às eleições presidenciais americanas de 2008.

O ex-vice-presidente americano acrescentou que não esperava retornar à política no futuro, apesar de também não dizer um “não” definitivo, e declarou não ter decidido qual candidato democrata apoiará.

Após uma reunião realizada horas antes com os dois ganhadores, o ministro de Assuntos Exteriores norueguês, Jonas Gahr Støre, afirmou que Gore preparava a criação de uma sólida plataforma política nos EUA para promover a política climática do próximo governo.

Gore e Pachauri encontraram-se depois com os membros do Comitê Nobel Norueguês, com o qual mais tarde participarão no Grand Hotel do tradicional “pequeno jantar” acompanhados de suas esposas.

Uma cerimônia com a ONG Save the Children e a princesa norueguesa Mette-Marit e uma recepção no Palácio Real, onde serão recebidos em audiência pelos reis Harald e Sonja, precederão a entrega de prêmios na Prefeitura de Oslo, na segunda-feira às 13h (10h de Brasília).

O Comitê Nobel premiou Gore e Pachauri, que sucedem Mohammed Yunus e seu banco de microcréditos Grameen Bank, em 12 de outubro, por “construir e divulgar um maior conhecimento sobre a mudança climática provocada pelo homem e por fixar a base das medidas que são necessárias para resistir a essa mudança”.

O Nobel da Paz, dotado de 10 milhões de coroas suecas (US$ 1,5 milhão), é o único a ser entregue em Oslo, por vontade expressa de seu criador, Alfred Nobel; os outros cinco prêmios serão entregues amanhã em cerimônia no Konserthuset de Estocolmo.

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