O então secretário de Joseph Ratzinger, monsenhor Josef Clemens, autorizou a reprodução desses textos “por encomenda do cardeal”, segundo a “Der Spiegel”, que se remete à correspondência entre um redator da editora e o escritório no Vaticano do prelado.
Em um escrito datado de setembro de 1997, Clemens deu sinal verde à revista mensal da editora ultradireitista para que publicasse o ensaio de Ratzinger, que efetivamente apareceu em um número correspondente a 1998.
A versão da “Der Spiegel” contradiz uma declaração anterior da arquidiocese de Viena, de fevereiro deste ano, onde sustentava que a editora havia reproduzido o ensaio sem essa autorização prévia.
Segundo a revista alemã, a mera menção do nome da editora deveria ter gerado então alarme no Vaticano, já que é dirigida por Herwig Nachtmann, um ultradireitista conhecido além das fronteiras austríacas.
Nachtmann defendeu na revista um negacionista do Holocausto três anos antes de pedir a Ratzinger essa autorização, caso que levantou considerável polêmica, lembra a “Der Spiegel”.