Em carta enviada ao presidente da Câmara, Ali Larijani, o líder denunciou que as variações introduzidas pelos deputados são “desequilibradas e carentes da transparência desejada”.
Em carta citada pela televisão iraniana “PressTV”, Ahmadinejad afirmou que o Parlamento ultrapassou os procedimentos legais enquanto discutia a proposta.
A retirada do plano de reforma econômica é inconstitucional, já que sua rejeição não foi respaldada pela maioria absoluta da Câmara, argumenta.
Na terça-feira passada, o Parlamento iraniano ratificou o Orçamento geral do Estado para o próximo ano persa, após retirada a polêmica proposta de Ahmadinejad de cortar uma parte dos subsídios e substituí-los por ajudas diretas em dinheiro aos mais desfavorecidos.
O novo Orçamento, de mais de US$ 279 bilhões, recebeu 166 votos a favor, quinze contra e cinco abstenções, em uma Câmara composta por 290 membros.
A maior parte do Orçamento tinha sido aprovada dois dias antes, mas a polêmica proposta de destinar US$ 20 bilhões ao corte de subsídios teve que ser discutida novamente, depois que economistas e políticos advertiram do risco que representava para a frágil economia do país.
Em sua carta, o presidente iraniano insistiu hoje em que as reformas feitas à proposta “não têm transparência, lógica e harmonia”.
“Por isso, o plano de reforma não pode agora ser aplicado de forma apropriada”, concluiu o líder, a quem a Constituição iraniana concede o poder de avisar às outras instituições do Estado quando considerar que foi ultrapassado o limite da Carta Magna.
Para que possa entrar em vigor, o Orçamento deve agora ser aprovado pelo poderoso Conselho dos Guardiães, órgão integrado por 12 membros que tem como missão zelar para que todas as decisões do regime estejam dentro das normas da República Islâmica.
A rejeição do plano de reforma representa um duro golpe para a política de Ahmadinejad, a três meses das eleições presidenciais, já que a crise econômica aparece como principal ponto de disputa entre os candidatos.