Manifestantes afegãos protestaram hoje na província de Laghman contra a suposta morte de civis em uma operação conjunta do Exército do Afeganistão e da Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf), embora esta organização tenha afirmado que só matou sete insurgentes no ataque.
“Sabemos que há alegações de baixas civis, mas não há relatórios operacionais que apoiem essas reivindicações de ter causado danos a civis, incluindo crianças e mulheres”, disse a porta-voz Jane Campbell, em comunicado divulgado hoje pela Isaf.
Os manifestantes – centenas, segundo o canal televisivo afegão “Tolo” – foram com vários cadáveres ao centro de Governo de Laghman, onde as forças da ordem isolaram a área e impediram o acesso dos meios de comunicação.
O chefe da Polícia de Laghman, Abdul Karim Omar Yar, disse à agência afegã “AIP” que as tropas internacionais mataram 13 pessoas, entre elas uma mulher, e recuperaram dois coletes com explosivos durante a operação.
Segundo a nota da Isaf, a operação aconteceu hoje perto da localidade de Armul, situada no distrito de Mehtarlam, após a tropa obter informação sobre supostas atividades dos insurgentes na zona e em busca de um suposto instigador de ataques suicidas.
“Durante a operação, a força conjunta recebeu fogo hostil de diversas posições e se defendeu”, afirmou a Isaf, que precisou que a tropa confiscou fuzis AK-47 no edifício onde aconteceu o combate.
De acordo com a versão da organização, sete supostos insurgentes morreram e outros quatro foram detidos durante o ataque.
No domingo, seis supostos talibãs morreram em um bombardeio da Isaf contra um grupo de insurgentes que colocava explosivos em uma estrada.
Há atualmente no Afeganistão cerca de 100 mil soldados estrangeiros, aos quais se somarão outros 30 mil anunciados pelos Estados Unidos e 7 mil provenientes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), organização da qual depende a Isaf.
Os protestos coincidem com uma visita ao país do secretário da Defesa americano, Robert Gates, que tinha previsão de se reunir com o presidente afegão, Hamid Karzai.