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Ação terrestre de Israel no norte de Gaza continua com região ainda incomunicável

Defesa de Tel Aviv afirma que operação não tem prazo para acabar e volta a instar civis palestinos a deixarem norte da faixa

Redação Jornal de Brasília

28/10/2023 11h29

Moradores ao redor de área destruída por ataques aéreos no campo de refugiados de Al-Shatee, na Cidade de Gaza – Mohammed AbedAFP

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

As Forças de Defesa de Israel dão seguimento a uma ação terrestre no norte de Gaza ao longo deste sábado (28), enquanto o território palestino segue sob um blecaute que impede a comunicação de residentes e organizações humanitárias com o exterior.

Daniel Hagari, principal porta-voz dos militares, disse em comunicado que as tropas, acompanhadas também por ataques aéreos, trabalham para desmantelar núcleos do Hamas na região que Tel Aviv, há uma semana, ordenou que fosse esvaziada, a despeito do apelo contrário feito por organizações como as Nações Unidas.

Ele voltou a fazer um ultimato para que a população deixe o norte. Em vídeo publicado nas redes sociais durante a tarde (manhã em Brasília), disse que civis devem partir para o sul “imediatamente”. “Não é mera precaução, é uma recomendação urgente para a proteção dos civis”, disse, ampliando a expectativa de uma invasão terrestre iminente.

O Exército afirma que nesta incursão -que ainda não caracteriza como a invasão completa do norte de Gaza que há semanas ameaça conduzir- ao menos dois membros da alta cúpula do Hamas foram mortos. São eles Asem Abu Rakaba, chefe da rede aérea do grupo terrorista, e Ratab Abu Tshaiban, chefe da força naval da fação.

Rakaba seria o responsável por operar a ação que permitiu que terroristas se infiltrassem no sul israelense usando parapentes, além de liderar os ataques feitos com drones a complexos militares de Israel.
As informações do que ocorre em Gaza são raras em meio ao blecaute na faixa terrestre, que está sem acesso a serviços de internet e de telefonia, o que amplia o temor de organizações internacionais.

O diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom, afirmou neste sábado que o apagão estava tornando impossível que as ambulâncias chegassem até os feridos.

“A OMS reitera que é impossível retirar os pacientes sem pôr em risco as suas vidas”, disse a organização em uma nota no X, ex-Twitter.

“Os hospitais em Gaza já estão funcionando na sua capacidade máxima devido aos feridos em semanas de bombardeamentos incessantes e são incapazes de lidar com o aumento dramático no número de pacientes, ao mesmo tempo que abrigam milhares de civis deslocados.”

Em uma das poucas informações ecoadas até aqui, um porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza afirmou em comunicado televisionado pela rede Al Jazeera que ataques israelenses das últimas horas deixaram ao menos 400 palestinos mortos, elevando o número de vítimas a 7.700, das quais 3.200 seriam menores de idade.

A Defesa Civil de Gaza, território que é governado pela Hamas, afirma que centenas de edifícios e casas foram destruídos durante a noite de sexta-feira para sábado e que alguns dos bombardeios teriam ocorrido perto de hospitais do território palestino.

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