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Economia

Varig tenta invalidar votos contrários de assembléia de credores

Arquivo Geral

18/07/2006 0h00

O advogado da Varig, clinic recipe Paulo Penalva, deu entrada hoje na Justiça do Rio de Janeiro a um pedido para invalidar os votos dos detentores de antigos créditos da GE Capital na empresa. Esses votos, proferidos em assembléia de credores realizada ontem, inviabilizaram a aprovação da proposta de compra da empresa por sua ex-subsidiária VarigLog.

Hoje, a GE Capital divulgou em nota que seus créditos na Varig foram vendidos em junho ao JP Morgan, que os vendeu no mercado secundário norte-americano.

"Se esse direito não é seu, como é que você exerce na assembléia de credores. No momento que aquele direito não pertencia mais aqueles credores esse direito não poderia ser exercido em nome deles", disse Penalva referindo-se a votos que teriam sido dados pela GE Capital e outras empresas na assembléia de credores.

A companhia norte-americana, entretanto, afirma que não teve qualquer participação nas decisões de voto da assembléia de credores e que a "votação foi instruída pelos novos proprietários dos créditos". A GE Capital afirma que não tem informação sobre a identidade dos investidores que adquiriram esses créditos.

O advogado da Varig afirmou também que não sabe quem são os novos donos da dívida. "Não se sabe exatamente quem é o cessionário e no interesse de quem foi votado. Exatamente esse é o fundamento para não considerar válido o voto."

Penalva disse ainda que não sabe se a votação de ontem foi uma manobra de mercado de concorrentes da Varig. Ele acrescentou que se os votos contrários forem invalidados, o plano de recuperação será aprovado e um novo leilão da empresa será marcado "provavelmente na quinta-feira".

Uma fonte ligada à Justiça do Rio, disse hoje que é possível que o juiz Luiz Roberto Ayoub, responsável pela recuperação judicial da Varig, permita a realização do leilão da empresa amanhã, sob argumento de que 90% dos credores aprovaram a venda da companhia na assembléia realizada ontem.

Enquanto isso, a VarigLog informou que fez novo depósito para manter a Varig funcionando, mas não revelou o montante. Desde 26 de junho, a VarigLog já injetou US$ 14 milhões para evitar a paralisação da ex-controladora, de um total de US$ 20 milhões prometidos.

Hoje, a Varig cancelou 86 de 139 vôos marcados. Uma representante da Infraero, empresa estatal que administra os aeroportos do país, informou que somente três dos 22 vôos internacionais da companhia aérea decolaram. Os destinos são Frankfurt, Miami e Londres.

Hoje é o último dia de validade de um plano de emergência adotado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), segundo o qual outras companhias no Brasil e no exterior podem honrar passagens da Varig.

"Agora estamos esperando a decisão do juiz sobre o leilão. Se ele é mantido, então a Varig provavelmente nos pedirá para ampliar a vigência do plano", disse uma porta-voz da Anac.

Ela informou que cinco aviões militares estão prontos para trazer brasileiros do exterior para casa em caso de outras companhias aéreas não honrarem passagens emitidas pela Varig e da empresa suspender vôos.

 

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