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Economia

Sindicato de funcionários do BC sai insatisfeito de reunião e mantém paralisação para dia 18

Caso o presidente do BC não tenha propostas concretas na próxima reunião, o Sinal disse que passará a discutir uma greve em fevereiro

Redação Jornal de Brasília

11/01/2022 17h30

Foto: Reprodução

O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) informou nesta terça-feira, 11, que a reunião com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foi “amistosa e propositiva”, mas que não houve nenhuma proposta concreta de reajuste salarial por parte do presidente da autoridade monetária.

O sindicato informou que aguarda, agora, uma nova reunião com Campos Neto, ainda em janeiro. Caso o presidente do BC não tenha propostas concretas na próxima reunião, o Sinal disse que passará a discutir uma greve em fevereiro. A paralisação prevista para o dia 18, das 10h às 12h, está mantida, segundo o Sinal.

“Esperamos que, ainda em janeiro, haja nova reunião com o Presidente do BC e que nela haja uma proposta concreta. Caso contrário, passaremos a debater a proposta de greve por tempo indeterminado, em fevereiro de 2022”, disse Fábio Faiad. presidente do Sinal (Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central).

Na reunião, os sindicatos que representam os funcionários do órgão informaram a Campos Neto que quase 2 mil servidores já aderiram ao movimento de entrega de cargos, sendo que cerca de 500 comissionados e substitutos e em torno de 1500 em uma lista de não assunção (que se comprometem a não assumir os cargos deixados). No total, há 3.500 funcionários no Banco Central.

No BC, há três sindicatos: O Sindicato Nacional de Funcionários do Banco Central (Sinal), que representa as categorias de analistas e técnicos, Associação Nacional de Analistas do Banco Central (ANBCB) e o Sindicato Nacional dos Técnicos do Banco Central do Brasil (SinTBacen). Todos unidos na mobilização. Ainda hoje, as entidades prometem soltar uma nota conjunta a respeito da mobilização no Banco Central.

“Esse retardo é típico da administração do BC faz anos. Prometem agir se houver ganhos em carreiras correlatas, depois levam alguma pedalada por outros eventos e fecham janelas de oportunidade. Nisso, o BC sofre um rebaixamento institucional que durará anos e vai trazer uma crise de RH óbvia”, disse Henrique Seganfredo, presidente da ANBCB.

Reestruturação

De acordo com Seganfredo, a reunião com Campos Neto é uma conversa inicial para um pleito de reestruturação da carreira que vai muito além do reajuste ou recomposição salarial, com medidas que não têm impacto financeiro. Conforme ele, essa discussão se “arrasta” desde a gestão Ilan Goldfajn, enquanto os funcionários do órgão acumulam entregas nos últimos anos. Com a chegada de Campos Neto, Seganfredo afirma que o foco foi a agenda de inovação e a autonomia da instituição, mas que agora é o momento de trazer as demandas da categoria.

Um dos pleitos é a mudança do título da carreira de analista, que, na avaliação da ANBCB, não condiz com a complexidade e a responsabilidade do cargo. Segundo Seganfredo, uma das propostas é mudar o nome para auditor. Além disso, a ANBCB apoia a demanda dos técnicos para que o nível de escolaridade na carreira seja de ensino superior. Há ainda demandas relativas a questões previdenciárias.

O movimento dentro do BC esquentou, contudo, com a mobilização das categorias do funcionalismo público federal com a sinalização do presidente Jair Bolsonaro de que atenderia ao pleito de reestruturação de carreira das polícias. Bolsonaro, contudo, já disse, no sábado, 8, que os reajustes não estão garantidos para nenhuma categoria, irritando os policiais, que veem o movimento como traição.

Estadão Conteúdo

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