Quase nove em cada dez brasileiros viviam em áreas urbanas, apenas um em área rural em 2022. Os dados são do Censo Demográfico 2022 divulgados nesta quinta-feira, 14, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Do total de 203,1 milhões de habitantes no País em 2022, 177,5 milhões, o equivalente a 87,4%, residiam em áreas urbanas. Os demais 25,6 milhões, 12,6% da população total, moravam em áreas rurais.
O resultado representa um avanço da população urbana em relação ao Censo anterior, de 2010, quando 84,4% dos habitantes residiam em áreas urbanas. Em pouco mais de uma década, houve aumento de 16,6 milhões de pessoas morando em áreas urbanas, e queda de 4,3 milhões vivendo em áreas rurais.
“A divulgação com a divisão de áreas urbanas e rurais orientada pela morfologia urbana e pela funcionalidade das ocupações é uma novidade em relação aos dados do Censo 2022, quando o IBGE se baseava estritamente nos perímetros urbanos legais definidos pelas Prefeituras, muitas vezes desatualizados. Com base em imagens orbitais atualizadas, nossos atualizadores identificaram as extensões das áreas urbanas e rurais para fins estatísticos e classificaram cada setor censitário quanto à sua situação territorial. Esse mapeamento é que tornou possível a contabilização das populações por situação dos domicílios, urbanos ou rurais”, apontou Felipe Leitão, técnico do IBGE, em nota oficial.
Os maiores proporções de população urbana ocorreram no Sudeste (94,44%) e Centro-Oeste (91,35%), seguidas das regiões Sul (88,24%), Norte (78,47%) e Nordeste (77,64%).
O Norte teve o maior avanço na taxa de urbanização entre 2010 e 2022, passando de 73,53% para 78,47%. Já a maior elevação em números absolutos na população urbana, entre 2010 e 2022, ocorreu na Região Centro-Oeste (19,21%), seguida da Norte (16,78%), Sul (13,61%), Nordeste (9,34%) e Sudeste (7,28%).
“Entre 2010 e 2022, a tendência de diminuição do ritmo de crescimento da população brasileira se manteve e passou a crescer no ritmo de 0,52% ao ano. Nas áreas urbanas, a população passou a crescer no ritmo de 0,82% ao ano, enquanto nas áreas rurais, retomou o ritmo de perda de mais de 1%, chegando a -1,28% em 2022”, observou Leitão.
Pela primeira vez, o número de pessoas vivendo em áreas rurais encolheu em todas as regiões do Brasil. A Região Norte, que havia registrado crescimento de 8,07% entre 2000 e 2010, passou a apresentar perda de 11,12% em 2022, e o Centro-Oeste, que tinha crescimento de 2,03% da população rural entre 2000 e 2010, agora teve perda de 10,55% em 2022. As demais regiões mantiveram a trajetória de queda na população rural: Região Sudeste, com -16,93%; Nordeste, -14,37%; e Sul, -14,92%. Da perda total de 4 257.656 pessoas nas áreas rurais, quase metade (48,13%) ocorreu no Nordeste, 2.049.144 a menos.
Estadão conteúdo