Em 2020, a produtividade do trabalho na Indústria de Transformação Brasileira – medida como o volume produzido dividido pelas horas trabalhadas na produção – recuou 0,6%, na comparação com 2019. Houve queda de 4,6% do volume de bens produzidos, acompanhada de redução de 4,1% das horas trabalhadas na produção, na mesma base de comparação.
O ano de 2020 foi marcado pela grave crise econômica causada pela pandemia de covid-19. No primeiro semestre de 2020, a produtividade do trabalho acumulou queda de 7,1%, frente ao quarto trimestre de 2019, com base na série livre de efeitos sazonais.
Apesar da forte recuperação no terceiro trimestre de 2020, quando a produtividade cresceu 7,6%, ante o segundo trimestre do ano, na média anual, o indicador caiu 0,6%. A produtividade do trabalho não apresentava queda desde 2014, quando recuou 0,3%.No último trimestre de 2020, a produtividade do trabalho ficou praticamente estagnada (0,4%), o que reflete alta de 7,1% do volume produzido, acompanhada de aumento de 6,8% das horas trabalhadas.
Ao longo dos trimestres de 2020, os movimentos apresentados pela produtividade do trabalho são, principalmente, conjunturais, ou seja,
não refletem mudanças mais duradouras na qualificação do trabalho
ou a influência de outras mudanças estruturais sobre o trabalho,
como inovações tecnológicas.
Nos dois últimos anos, a produtividade do trabalho cresceu abaixo
de 1%. Entre 2017 e 2020, o indicador cresceu, em média, 0,3% ao
ano (o que equivale a um crescimento acumulado de apenas 0,8%).
As perspectivas para 2021 são melhores, em razão do início da
vacinação da população, mas as incertezas permanecem elevadas.
Vale ressaltar que, antes de 2020, já se observava a desaceleração da produtividade na Indústria, diante da retomada lenta do investimento após a recessão de 2015- 2016. Para o crescimento sustentado da produtividade, o investimento em inovação é essencial.
No momento de crise atual, é possível aumentar a produtividade por meio da inovação em gestão, como vivido pelas empresas na saída da recessão, em 2017, quando a produtividade chegou a crescer 4,5%. A adoção de práticas mais modernas de gestão (como as técnicas de produção enxuta) pode envolver medidas de baixo custo e produzir alto impacto na produtividade das empresas.
