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Economia

Planejamento financeiro para começar 2026 no azul

Impostos, material escolar e gastos por impulso pressionam o orçamento no início do ano; organização e disciplina podem evitar endividamento

Daniel Xavier

30/12/2025 20h32

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Foto: Marcello Casal / Agência Brasil

Com a virada do ano, o orçamento das famílias volta a ser pressionado por despesas concentradas nos primeiros meses, como o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), matrícula e material escolar, além de gastos acumulados no fim do ano com festas e viagens. Para atravessar 2026 com mais tranquilidade financeira, a palavra de ordem para o momento é planejamento.

Segundo o sociólogo e economista César Bergo, professor de Mercado Financeiro da Universidade de Brasília (UnB) e conselheiro do Conselho Regional de Economia do DF, o início do ano exige atenção redobrada. “Você tem impostos, despesas escolares e, muitas vezes, gastos com férias. Tudo isso acaba comprometendo o orçamento. Por isso, é fundamental que as pessoas se programe”, orienta o economista.

Para o especialista, o primeiro passo é colocar todas as despesas no papel e fazer um orçamento realista, no qual os gastos caibam dentro da renda mensal. “É preciso agir com disciplina e prudência, evitando compras desnecessárias, especialmente as feitas por impulso. Quando a pessoa se organiza, consegue contornar dificuldades ao longo do ano”, explica.

Bergo também destaca a importância de planejar não apenas os gastos imediatos, mas todo o ano de 2026. “É essencial prever quanto se pode gastar e, principalmente, quanto se pode economizar. Ter uma reserva para emergências é indispensável, seja para um problema de saúde ou outra situação inesperada”, afirma. Outro ponto de atenção é o uso do crédito. “Evitar o uso abusivo do cartão de crédito ajuda a não transformar 2026 em um ano de endividamento”, completa César.

O professor César, aponta que independentemente da renda, algumas atitudes fazem uma grande diferença. Planejamento anual, diálogo com a família sobre despesas, consumo consciente e cuidado com o crédito são alguns exemplos. “Essas medidas ajudam a manter um orçamento saudável e a atravessar o ano com mais segurança financeira”, conclui.

Em busca do controle

Entre os mais jovens, a consciência sobre a importância do controle financeiro começa a ganhar espaço. A universitária de comunicação Anna Júlia Gomes, 21 anos, moradora de Ceilândia Sul, conta que, até pouco tempo atrás, mantinha apenas um controle básico das contas. “Eu anotava alguns gastos fixos, como telefone. Neste ano, senti a necessidade de me organizar mais. Ainda não está 100%, mas já evoluí bastante”, relata.

Para 2026, Anna Júlia pretende avançar ainda mais. Um dos principais desafios é regularizar dívidas. “Atualmente meu nome está sujo. Quero economizar dinheiro em 2026 para conseguir resolver isso”, diz. Para alcançar esse objetivo, ela aposta em duas frentes, reduzir gastos e aumentar a renda. “Pretendo fazer mais freelancers e cortar despesas, já que sou consumista”, admite a jovem.

A universitária também planeja criar o hábito de poupar, começando aos poucos. “Quero ter uma poupança. Vi um desafio nas redes sociais, em janeiro guardar R$ 20, em fevereiro R$ 40. Para quem nunca fez isso, começar devagar já é um bom tamanho”, avalia. Entre as mudanças para o próximo ano, ela destaca parar de parcelar compras de baixo valor e analisar melhor o custo-benefício antes de gastar.

Organização como meta

A busca por mais equilíbrio financeiro também faz parte dos planos da cabeleireira Fabiana Vieira, 30 anos, moradora de Ceilândia. Ela conta que costuma planejar as finanças logo no início do ano, mas reconhece que ainda enfrenta desafios. “O maior problema hoje são as dívidas, e quero resolver isso em 2026”, afirma.

Para isso, Fabiana pretende cortar gastos desnecessários e criar o hábito de guardar dinheiro. A meta é reservar cerca de R$ 200 por mês, com o objetivo de, no futuro, comprar um apartamento ou um carro. “No começo do ano, o que pesa mais são as despesas com material escolar”, observa. Para o próximo ano, a principal mudança será a organização. “Quero, de fato, organizar minha vida financeira”, resume Fabiana.

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