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Economia

Pandemia ainda afeta compras de Natal por todo o Brasil

No Distrito Federal, a situação não é diferente, o faturamento dos restaurantes caiu 11,7% em outubro, segundo um índice da Fipe e Alelo

Evellyn Luchetta

20/12/2021 18h25

A crise econômica e a pandemia ainda afetam o Natal dos brasileiros. Uma enquete realizada pela TIM com 172,9 mil pessoas mostra que praticamente oito em cada dez entrevistados disseram que os efeitos produzidos pela covid-19 e pela queda de renda da população ainda serão sentidos nos presentes que pretendem comprar. Desse grupo, 44% se justificaram com a redução de sua renda. Outros 20% contaram que os produtos estão mais caros e 14% afirmaram que comprarão lembranças mais baratas.

E ainda há 15% que revelaram que não comprarão nada. No fim das contas, apenas 10% disseram que a pandemia não afetou seus planos de ir às compras. De maneira geral, os valores dos presentes serão de até R$ 300 para 55% dos entrevistados.

No Distrito Federal, a situação não é diferente, o faturamento dos restaurantes caiu 11,7% em outubro, segundo um índice da Fipe e Alelo. Mesmo com a flexibilização das regras sanitárias e avanço da vacinação, o setor continua com desempenho abaixo do esperado e sentindo as consequências da pandemia da covid-19. Os dados, avaliam o desempenho dentro do cenário da pandemia e consideram a inflação no período (ou seja, são calculados em termos reais), e mostram também uma queda no valor gasto nos supermercados (-5,3%).

“Mesmo com a reabertura e avanço da vacinação, o setor de restaurantes ainda enfrenta um cenário difícil. Uma das justificativas é a inflação, que acaba pressionando o segmento a repassar os aumentos para os clientes, associada a fraqueza econômica e queda na renda dos brasileiros”, destaca Cesario Nakamura, presidente da Alelo.

Em relação aos Índices de Consumo em Supermercados (ICS), os dados de outubro, em comparação com o mesmo período de 2020, indicam que o segmento encerrou o período com aumento de 1,2% na quantidade de vendas. No mais, o número de estabelecimentos que realizou pelo menos uma transação registou leve queda de 0,9%.

Perspectiva pré-pandemia dos indicadores

Quando observamos as variações calculadas comparando 2021 com 2019, período pré-pandemia, o ICR mostra queda nos três indicadores em outubro: -35,7% no faturamento, -48,9% na quantidade de vendas e -8,4% no número de estabelecimentos que realizou transações.

Já ao ter como base o comportamento de consumo em supermercados, de acordo com o ICS, observamos baixa de 7,8% no faturamento, 18,5% na quantidade de vendas e 1,3% no número de estabelecimentos que registrou ao menos uma transação.

Segundo os pesquisadores da Fipe, a avaliação dos resultados de outubro de 2021 tem como destaque a deterioração do consumo em restaurantes em todas as aberturas do indicador (número de estabelecimentos, volume de transações e valor das transações) tanto na comparação em 12 meses (outubro de 2020) quanto em 24 meses (outubro de 2019). Isso implica reconhecer que o desempenho do consumo do segmento não reagiu como se esperava, até o referido mês.

Diante da situação, como ter um consumo consciente?

Para o coordenador pedagógico da Conquista Solução Educacional, Fernando Vargas, é natural ter dificuldades para lidar com esse apelo do comércio junto aos filhos. “Este é um momento muito bom para trabalhar diversos valores e princípios com as crianças e, por que não, até mesmo com os adultos. Para isso, deve-se estimular atitudes com palavras e, claro, com exemplos. Porque de nada vale falar e não fazer.” Ele explica que crianças pequenas, até os quatro ou cinco anos, não compreendem a relação de consumo e ainda não construíram a noção de dinheiro. “Para elas, o dinheiro nasce, sim, em árvore”, brinca.

Por isso, é muito comum que elas peçam aos pais que passem o cartão ou paguem com o smartphone no aplicativo do banco para adquirir o querem. “Os desejos infantis quase sempre passam longe do crivo da necessidade, pois são fortemente influenciados pela mídia e pelos colegas. As crianças são bombardeadas por anúncios de brinquedos, roupas e acessórios, além das comidas industrializadas”, destaca Vargas. É muito difícil explicar às crianças que elas não precisam de um brinquedo, um smartphone ou qualquer outro objeto de desejo delas.

Como ensinar o não consumismo?

Como tudo o que se deseja ensinar a alguém, educar crianças para que não sejam consumistas é uma construção que precisa ser feita desde cedo e se estender por toda a infância. A especialista pedagógica da Conquista Solução Educacional, Thereza Malta, ressalta que, dessa forma, “quando chega uma época como o Natal, as crianças e as famílias já estão habituadas a pensar em atitudes como a doação de roupas e brinquedos, porque isso é algo que fazem naturalmente ao longo de todo o ano”.

Entre as coisas que precisam ser ensinadas, segundo Fernando, estão o impacto ambiental do consumo, a utilidade e o valor das coisas. Mas, nesta época do ano, uma boa estratégia pode ser atrelar o significado do Natal às boas práticas de consumo, como:

  • o incentivo à doação e à troca de itens como brinquedos, livros, roupas e acessórios;
  • a reutilização de embalagens e objetos sem uso, dando aos pequenos lições sobre criatividade e impacto ambiental;
  • a demonstração de sentimentos e atitudes que não possuem valor monetário, como amor, carinho, felicidade, união, comunhão, etc.;

“Outra dica legal é ensinar sobre desejos versus necessidades. Faça um quadro – pode ser em uma folha de sulfite -, que registre com desenhos, recortes ou escrita quais são os desejos e as necessidades da família. Coloquem o que cada membro pode fazer para ajudar na realização desses desejos”, detalha Vargas. Ele afirma que o ideal é colocar essa folha em um lugar visível, como a porta da geladeira, para que todos possam ver e agir para a realização daqueles objetivos.

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