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Economia

 O dinheiro do PCC que chegou à SAF do Atlético Mineiro

Marcondes Brito

17/10/2025 5h33

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O Ministério Público de São Paulo investiga a origem do dinheiro usado pelo banqueiro Daniel Vorcaro para comprar 26,9% da SAF do Atlético Mineiro, entre 2023 e 2024. Segundo o MP, os R$ 300 milhões investidos teriam saído de uma complexa cadeia de fundos — Olaf, Hans, Alepo, Maia e Astralo — todos geridos pela Reag Investimentos e apontados na Operação Carbono Oculto como instrumentos de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio do PCC. As informações são de Rodrigo Capello no jornal O Estado de S. Paulo.

Esses fundos seguem o modelo “fundo sobre fundo”, em que um investe no outro até chegar ao destino final — no caso, o Galo Forte FIP, veículo usado por Vorcaro para adquirir sua participação na SAF. Documentos da CVM mostram que o Olaf, por exemplo, tinha patrimônio líquido de R$ 19 bilhões em 2024, aplicado integralmente no Hans, que por sua vez controlava outros fundos até chegar ao Astralo, único cotista do Galo Forte. O Atlético nega irregularidades e afirma que o fundo é “regular perante a CVM”, sem conhecimento de quaisquer ilegalidades.

Da cadeia ao mercado

O caso expõe o avanço do PCC em áreas onde antes se imaginava haver controle e transparência. A organização que nasceu nas prisões paulistas agora é suspeita de operar na Faria Lima, o centro nervoso do capitalismo brasileiro — e, indiretamente, de ter financiado parte de um dos maiores clubes do país.

Aqui na coluna já havíamos revelado, semanas atrás, o envolvimento de um ex-presidente do Corinthians, Augusto Nunes, com figuras ligadas ao mesmo grupo criminoso. Agora, o episódio mineiro mostra que o PCC não atua mais apenas no submundo do crime: ele se sofisticou, infiltrou-se no sistema financeiro e começa a se misturar com o dinheiro “limpo” do futebol. O Brasil parece ter inaugurado a era do crime corporativo.

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