Os produtores de álcool vão apresentar dentro de alguns dias ao governo federal o pedido formal para que a mistura de anidro à gasolina seja elevada dos atuais 20 para 25% a partir de 1º de novembro, doctor more about disse nesta terça-feira Eduardo Pereira de Carvalho, presidente da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica).
A solicitação de uma maior adição de álcool à gasolina já foi discutida informalmente com o governo – inclusive em encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva -, que pediu um levantamento do setor sustentando que haverá produto suficiente na entressafra para garantir o abastecimento. O estudo, com projeções de produção e demanda, foi apresentado ao governo na semana passada.
"Achamos que existe condição de produção tranquila para atender à mistura de 25%. Nossa intenção é mostrar que um aumento a partir de 1º de novembro é perfeitamente possível", disse Carvalho a jornalistas, após participar de um evento do setor em Sertãozinho.
Sem especificar números, Carvalho afirmou que o volume a ser produzido será suficiente para atender à demanda interna, atualmente em cerca de 1 bilhão de litros por mês no centro-sul, e às exportações, estimadas em 2,7 bilhões de litros no ano-safra. Segundo ele, os embarques, que tiveram uma explosão no começo do ano com a demanda norte-americana, devem se manter "dentro do normal" até o fim da temporada.
PREOCUPAçÃO COM 2007
O pedido de aumento da mistura será avaliado pelo Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool (Cima), que congrega representantes dos Ministérios da Agricultura, Fazenda, Desenvolvimento, e Minas e Energia. O diretor do Departamento de Agroenergia do Ministério da Agricultura, Ângelo Bressan, afirmou que "do ponto de vista burocrático", a data de 1º de novembro representa um "tempo razoável" caso se decida realmente pela elevação da mistura.
"O que nós estamos esperando é que eles façam um pleito com argumentos convincentes para que os técnicos se coloquem a favor depois de se discutir com as autoridades a conveniência (da mudança), porque aí não é só uma questão técnica, é uma conveniência do governo", disse Bressan, também presente ao evento.
A elevação da mistura em cinco pontos percentuais representaria um mercado adicional total de 600 milhões de litros no centro-sul até o fim do ano-safra, em abril de 2007. Ao avaliar a mistura, o governo está considerando também a situação para a safra seguinte, disse Bressan.
Um eventual aumento serviria para enxugar a oferta de álcool em um ano em que a produção do combustível no centro-sul deve bater novo recorde, com expansão do plantio de cana e entrada de novas usinas em operação.
Outro instrumento que poderá ser usado pelo governo em 2007 será o financiamento de estoques de álcool, em uma operação que ficou conhecida como "warrantagem" e que foi usada pela última vez em 2004. Segundo Bressan, há intenção no governo de se liberar 500 milhões de reais com essa finalidade.
No quinto dia após a descoberta da tentativa de compra pelo PT de um dossiê envolvendo tucanos na máfia dos sanguessugas, cialis 40mg a Polícia Federal iniciou uma investigação em casas de câmbio de São Paulo para detectar a origem dos recursos que seriam usados na operação.
Ao mesmo tempo, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse que não vai permitir a exibição de imagens dos cerca de 1,7 milhão de reais apreendido pela PF no episódio. O ministro justificou sua posição dizendo querer evitar o potencial uso político das imagens, a 11 dias das eleição presidencial, que tem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como favorito nas pesquisas.
"É preciso que as pessoas entendam que o Brasil mudou. Hoje não é mais como naquele tempo em que se faziam imagens para jogar na televisão e destruir candidaturas. Não vamos fazer isto neste momento", disse Bastos no Rio de Janeiro.
Já a Justiça não tomou uma decisão sobre a prisão do ex-assessor especial da Presidência Freud Godoy, apontado como responsável pela operação de compra do dossiê. "Ainda não foi pedido nada. Ele veio para ser ouvido e apenas repetiu aqui em Cuiabá o que ele havia dito em São Paulo ontem", disse o procurador da República Mário Lucio Avelar, em Cuiabá.
Freud prestou novo depoimento em Cuiabá, onde também depuseram os petistas Valdebran Padilha e Gedimar Passos, presos na sexta-feira em São Paulo com os recursos que serviriam para comprar o dossiê. Os dois foram transferidos para a capital do Mato Grosso na noite de segunda-feira.
Em depoimento à PF na sexta-feira, Gedimar e Valdebran confirmaram que o dinheiro seria utilizado na aquisição de fotos, uma fita de vídeo, um DVD e uma agenda que poderiam prejudicar os candidatos tucanos ao governo de São Paulo, José Serra, e à Presidência, Geraldo Alckmin.
O dinheiro seria entregue a Luiz Antônio Vedoin, chefe da máfia do superfaturamento de ambulâncias, que também foi detido em Cuiabá na sexta-feira. Mas a ação começou na noite de quinta-feira no aeroporto de Cuiabá, quando a PF prendeu Paulo Roberto Trevisan Vedoin com o material.
Existe a crença na PF de que boa parte do dinheiro que seria pago à família Vedoin e estava em poder de Gedimar e Valdebran tenha entrado no Brasil de forma ilegal por meio de grandes doleiros atuando em São Paulo, informou à Reuters um delegado ligado à investigação.
A PF já tem nomes de algumas das casas de câmbio por onde o trabalho será iniciado, mas prefere mantê-los em sigilo para não atrapalhar a investigação.
LULA
O Diário Oficial trouxe nesta manhã a exoneração de Freud Godoy da Presidência, após sua saída ter sido aceita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está em Nova York. Ele discursou na abertura da 61ª Assembléia Geral das Nações Unidas e deixa os Estados Unidos ainda nesta noite.
O presidente, segundo o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, quer que a Polícia Federal aponte quem tentou comprar ilegalmente o dossiê, assim como seu conteúdo. Tarso cobrou esclarecimentos do PT sobre o envolvimento de funcionários do partido no caso, mas disse que a tentativa de impugnação da candidatura Lula, por parte da oposição, é uma "bobagem golpista".
"É necessário que as investigações sejam levadas a termo nos dois sentidos, não só quanto à origem do dinheiro, mas às informações que o dossiê conteria", disse o ministro, lembrando que a máfia das sanguessugas tem origem no governo passado.
Ex-presidente do PT, Tarso Genro defendeu o afastamento do ex-sindicalista Jorge Lorenzetti, chefe do "dispositivo de informações" da campanha de Lula. Lorenzetti, churrasqueiro pessoal do presidente, é o chefe de Gedimar Passos no comitê de campanha de Lula.
Ainda no front petista, nota veiculada no site da revista Época informou que a publicação foi procurada por um ex-funcionário do Ministério de Trabalho há duas semanas com um dossiê contra tucanos e que o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini, teria sido avisado previamente sobre o encontro, embora não soubesse o conteúdo das denúncias.
MUNIÇÃO
O episódio está servindo de munição para a aliança PSDB-PFL atacar a campanha de Lula. A tática é buscar esvaziar a denúncia de envolvimento de Serra e Alckmin com a máfia dos sanguessugas e se fixar na origem dos recursos que seriam utilizados na compra do material contra os tucanos.
"De onde vieram os recursos? Podem até ter surgido das cartilhas ou do assalto ao Banco Central em Fortaleza", sugeriu o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC). Ele se referia a cartilhas publicadas pelo governo e distribu ídas pelo PT, sob investigação pelo Tribunal de Contas da União (TCU), e ao assalto à sede do BC na capital cearense, no ano passado.
"Difícil uma dinheirama dessa não prover da corrupção. Isso não nasce de um dia para o outro. Quem faz corrupção é o Executivo", acusou Bornhausen. Nesta noite, sai mais uma pesquisa de opinião do Datafolha, realizada na segunda-feira e nesta terça, mas o impacto do caso na intenção de voto do eleitores é incerta.
A informação divulgada nesta terça-feira, story pela revista Época, viagra de que foi procurada há duas semanas pelos ex-sindicalistas Jorge Lorenzetti e Osvaldo Bargas com proposta de acesso ao chamado "dossiê Serra" traz a investigação sobre o caso para a ante-sala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Lorenzetti é churrasqueiro favorito do presidente e já entrou em contato com a Polícia Federal para prestar depoimento, ailment segundo fonte do governo. Bargas é um dos amigos mais próximos de Lula. Ex-dirigente da CUT e ex-secretário especial do Ministério do Trabalho, Bargas é casado com Monica Zerbinato, secretária particular do presidente da República.
O fato de um dos suspeitos da compra ilegal do dossiê ser casado com a secretária do presidente já está sendo utilizado pela oposição. A ligação foi criticada no discurso do líder do PSDB no Senado, Artur Virgílio (AM), na sessão dessa tarde.
Apontado pelo presidente do PT, Ricardo Berzoini, como chefe do "setor de tratamento de informações" da campanha da reeleição, Lorenzetti era o chefe do ex-policial Gedimar Pereira Passos, preso sexta-feira com 1,7 milhão de reais, para comprar dossiê que ligaria o ex-ministro tucano José Serra à máfia dos sanguessugas.
Lorenzetti estava desaparecido desde sexta-feira, segundo o presidente do PT. O churrasqueiro presidencial entrou em contato com a Polícia Federal na tarde dessa terça, ofereceu-se para depor, mas não marcou data.
Dirigentes do PT e da campanha passaram o dia na expectativa de que Lorenzetti assumisse a responsabilidade pela operação desastrada. O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, defendeu o afastamento de Lorenzetti da campanha.
O nome de Bargas foi associado ao caso em nota divulgada pela revista Época para explicar o fato de ter sido mencionada, em depoimento de Gedimar à PF, como uma das publicações às que tinha sido oferecido o "dossiê Serra". De acordo com a nota, Bargas procurou um repórter da revista em 6 de setembro, acompanhado de Lorenzetti, oferecendo contato com um informante que teria provas comprometedoras contra Serra e o ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, Barjas Negri.
"No final da reunião, que durou cerca de 30 minutos, Bargas disse que voltaria a falar com o denunciante e depois entraria em contato com o repórter", prossegue a nota. "Naquela mesma noite, Bargas telefonou para avisar que o denunciante voltara atrás e não queria mais apresentar o material, nem dar entrevista."
A revista IstoÉ publicou neste final de semana a entrevista em que Darci Vedoin e Luiz Antonio Vedoin, os donos da Planan, acusavam Serra e Negri.
Afastado do Ministério, Bargas é o responsável pelo capítulo de Trabalho e Emprego na campanha de Lula pela reeleição. Na campanha de 2002, ele era um dos responsáveis pelo setor de análise de informações, mesma área que está no centro das investigações sobre o "dossiê Serra".
Os representantes dos bancários saíram nesta terça-feira da mesa de negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) sem nenhuma contraproposta a suas reivindicações, store informou o Sindicato dos Bancários de São Paulo, look Osasco e Região.
"Diante desse quadro, os bancários vão parar", disse o presidente do sindicato, Luiz Cláudio Marcolino, em nota distribuída à imprensa. Conforme o texto, a entidade vai convocar assembléia para a próxima segunda-feira, dia 25, com recomendação de greve para o dia seguinte.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Fenaban se disse disposta a negociar, mas não menciona contraproposta aos bancários, que reivindicam aumento real de 7,05 por cento e participação de 5 por cento no lucro líquido linear dos bancos, mais um salário bruto acrescido de 1.500 reais.
A data-base dos bancários foi em 1o de setembro e a proposta foi apresentada aos patrões em 10 de agosto, segundo o sindicato de São Paulo. Desde então, ainda conforme o sindicato, foram realizadas cinco rodadas de negociação.
No entendimento dos banqueiros, os representantes dos funcionários deveriam ter atenuado suas reivindicações ao longo desse processo.
"A Fenaban continua disposta a negociar e construir um acordo na mesa de negociações, por isso estranha a inflexibilidade dos bancários, que não apresentaram nada de novo", declarou a entidade por meio de seu porta-voz.
Os bancários têm atrasado a abertura de agências em diversas regiões com protestos diários. A Fenaban pretende se opor às ações que obstruam o acesso ao sistema bancário.
"A Fenaban vai tomar todas as medidas necessárias e cabíveis para que o atendimento normal à população não seja prejudicado pela ação dos sindicatos", acrescentou a entidade.
O sindicato dos bancários informou ainda que não há data marcada para uma nova rodada de negociações.