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Economia

Mais de 95 mil pessoas ainda não declararam o Imposto de Renda no DF

Contribuintes têm até hoje para passar informações de gastos e rendimentos à Receita Federal. Capital conta com 737 mil declarações apuradas

Vítor Mendonça

31/05/2022 5h54

Foto: Reprodução

O Distrito Federal ainda tem 96.934 pessoas que não fizeram a declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). Dos 834.220 contribuintes estimados para este ano na capital, 737.286 entregaram as declarações no DF até a última atualização desta matéria, segundo informou a Receita Federal ao Jornal de Brasília. Hoje é o prazo limite para a declaração do Imposto de Renda sem encargos punitivos.

Uma das que ainda não fez a declaração é Melissa Fernandez, de 22 anos. A estudante de jornalismo precisa fazer a contribuição junto à Receita principalmente por receber pensão por parte da mãe. Esta não é a primeira vez em que precisará declarar, uma vez que já o faz desde os 18 anos de idade. Ela afirma que desde os 7 acompanhou o pai fazendo.

Apesar de não ser uma circunstância desconhecida para ela, a declaração deste ano, no entanto, segundo ela, não sairá dentro do prazo. “Já estou me preparando para pagar a multa, porque sei que não vou fazer até o prazo final”, destacou a estudante. De acordo com ela, com base nas experiências passadas, Melissa precisa de cerca de uma semana para preencher todos os campos necessários e enviar a declaração.

“Não acho fácil, mas também não tão difícil. Eu sempre preciso fazer consultorias com uns amigos [para declarar corretamente]. […] Mas eu perco muito tempo fazendo isso”, disse, o que lhe garante que não conseguirá entregar a declaração dentro do prazo neste ano.

A partir das 00h de amanhã (1º), portanto, todas as declarações feitas receberão multa, que poderão variar entre R$ 165,74 e 20% do valor do imposto de renda a ser pago pelo contribuinte. Até o último levantamento apurado ontem, quase 32 milhões de pessoas haviam enviado o necessário à Receita Federal para a declaração.

Evitar a multa

Nesta reta final, de acordo com o professor de mercado financeiro da Universidade de Brasília (UnB), César Augusto Bergo, também conselheiro de economia do DF, uma das estratégias para evitar a multa por atraso na declaração é fazê-la apenas com o preenchimento das informações essenciais, isto é, aquelas cujas pendências são apontadas com um alerta vermelho ao clicar na opção “Verificar Pendências” dentro da plataforma de declaração da Receita.

“Geralmente quem deixa para o último dia não está se organizando. Do ponto de vista geral, o ideal é entregar em dia, porque é uma obrigação como cidadão. Quem deixou para a última hora não tem a vantagem de receber a restituição antes. O calendário de restituição da Receita prioriza pela idade, por problemas de saúde e por quem envia antes a declaração. Então, provavelmente receberá de um mês ou dois depois do início das restituições”, afirmou.

Após o envio para evitar a multa, é de suma importância, de acordo com César, fazer a Retificação o quanto antes, juntando os documentos necessários antes que a Receita faça o processamento da declaração. Caso contrário, corre-se o risco de cair na Malha Fiscal – ou Malha Fina, como é popularmente conhecida. “Neste caso, a multa passa a contar em cima não do Imposto de Renda, mas dos valores incorretos, o que pode aumentar a pendência”, alertou o professor.

A malha fina acontece quando o sistema de avaliação da RF identifica inconsistências nas informações prestadas pelos contribuintes com os dados fornecidos por terceiros, que o órgão já tem em mãos. Um exemplo é quando um funcionário especifica o valor de salário anual menor que a quantidade informada ao Estado pela empresa em que trabalha. O conflito de informações pode acontecer por erro de digitação, mas a Receita pode interpretar como má fé do cidadão.

No ano passado, 869,3 mil contribuintes caíram na malha fina, de um universo de 36,8 milhões de declarações enviadas. O principal motivo foi a omissão de rendimentos, com 41,4% das ocorrências, seguido por falta de comprovação de dedução, responsáveis por 30,9% das declarações retidas em 2021.

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