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Economia

Ligação de Lula a Trump torna ‘transnacional’ a ação contra o crime e bets estão na mira, diz Haddad

Ministro afirma que plataformas digitais, fintechs e bets são usadas para lavagem de dinheiro e que cooperação com os EUA pode gerar desdobramentos rápidos

Redação Jornal de Brasília

03/12/2025 13h09

Foto: Nelson Almeida/AFP

Foto: Nelson Almeida/AFP

MATEUS VARGAS
FOLHAPRESS

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira (3) que o diálogo do presidente Lula (PT) com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre cooperação no combate ao crime organizado internacional, torna transnacionais as investigações que estão sendo realizadas no Brasil.

Haddad ainda afirmou que o crime “usa as plataformas para lavagem de dinheiro”.

“Sabemos disso, e isso vai ter desdobramentos muito rapidamente”, disse o ministro, sem detalhar quais medidas serão tomadas.

O ministro disse que foram feitas “três enormes operações” no Brasil recentemente relacionadas ao crime organizado, e que elas assumiram “caráter transnacional” após o telefonema de Lula a Trump.

“Já recebi notícias de a embaixada dos Estados Unidos querendo acesso aos documentos que estão sendo traduzidos [sobre as investigações]”, afirmou Haddad.

“O crime organizado não deixa de utilizar nenhuma brecha, como é o caso de algumas fintechs, algumas bets, que acabam servindo de veículo para a lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio, e isso nos preocupa muito”, disse.

As declarações foram dadas durante evento de assinatura de acordo com o Ministério da Saúde para compartilhamento de dados sobre as apostas, além de medidas como ampliar a oferta de atendimento para quem tem problemas com o jogo.

Haddad não detalhou sobre quais ações contra o crime estava se referindo, mas na última semana uma nova operação que investiga fraude fiscal no setor de combustíveis teve como alvo o Grupo Fit -dono da Refit, ex-refinaria de Manguinhos, do empresário e advogado Ricardo Magro. Cerca de R$ 10 bilhões em bens foram bloqueados de integrantes do grupo econômico.

Também nesta terça-feira (3), o presidente Lula afirmou que defendeu, na ligação a Trump, ações conjuntas de combate ao crime organizado com o emprego de inteligência, sem a necessidade do uso de armas. “Eu disse ao presidente Trump: ‘a gente não precisa utilizar arma, a gente tem que utilizar inteligência'”.

Em entrevista à TV Verdes Mares, do Ceará, Lula relatou ter dito a Trump que o Brasil está disposto a trabalhar junto com o governo dos Estados Unidos contra o crime organizado, na fronteira ou “onde ele estiver”.

“Vamos utilizar a inteligência que nós temos, dos países que fazem fronteira com o Brasil, dos EUA, e de outras partes do mundo, para que a gente possa jogar todo o peso do mundo para derrotar as facções criminosas, o narcotráfico, e tantas outras coisas ilícitas”, completou.

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