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Economia

Juros revertem baixa da manhã pós-CPI e sobem no fim da sessão

As taxas ficaram praticamente estáveis na ponta mais curta da curva e está menos propensa a quedas

Redação Jornal de Brasília

12/07/2023 18h52

Foto: Reprodução

Depois de passarem boa parte da sessão em baixa, pressionadas pela mudança na trajetória esperada para os juros dos Estados Unidos e pela queda do dólar ante o real, as taxas de Depósito Interfinanceiro (DI) subiram nos contratos com vencimento mais distante, se ajustando a dados e notícias que sugerem taxas mais altas à frente, mas ficaram praticamente estáveis na ponta mais curta da curva, que cristaliza as expectativas do mercado para o movimento da Selic, a taxa básica de juros, e está menos propensa a quedas.

Segundo Carlos Hotz, planejador financeiro e sócio-fundador da A7 Capital, a movimentação das taxas de juros mais curtas é limitada pela expectativa consolidada de que o Banco Central vai cortar os juros nos próximos meses e derrubar a Selic para perto de 12,00% ao ano até o final de 2023, ante os 13,75% atuais.

“Muita coisa desta expectativa está embutida no preço. Tem pouco prêmio na curva para movimentações”, disse ele, acrescentando que as taxas de contratos de DI com vencimento mais próximo podem se movimentar com maior amplitude caso o mercado passe a ver mais chances de um corte de 0,50 ponto porcentual na Selic em agosto.

Atualmente, diz ele, a precificação aponta para uma redução menos intensa, de 0,25 ponto porcentual.

A A7 Capital, porém, é uma das instituições financeiras que espera corte de 0,50 ponto porcentual da Selic em agosto, mesmo depois de dados divulgados ontem mostrarem aceleração da inflação no setor de serviços.

Houve ainda influência da cena externa mais cedo. O CPI americano avançou 0,2% em junho ante maio, abaixo do que indicava a mediana da pesquisa Projeções Broadcast (0,3%), enquanto o núcleo do índice avançou 0,2% – também menos do que o previsto (0,3%). Como resultado, a maior parte do mercado (40,4%) espera que o Fed promova um corte de 25 pontos-base nos juros americanos já em março de 2024, após elevá-los à faixa de 5,25%-5,50% este mês, segundo o CME Group.

O indicador baixou a cotação do dólar ante o real, o que também tirou pressão da curva de juros em boa parte do dia.

O DI para janeiro de 2024 fechou com taxa de 12,85%, de 12,83% no ajuste de ontem. O janeiro 2025 foi de 10,76% a 10,83%. O janeiro 2027 passou de 10,12% a 10,175%. E o janeiro 2029 teve leve elevação, de 10,46% a 10,47%.

Futuros

Os juros futuros reverteram a queda vista pela manhã na meia hora final da sessão, à medida que o mercado doméstico perdeu o fôlego de valorização visto mais cedo. Não houve gatilho para esse movimento, apenas aparentemente a percepção que o rali recente já embutia condições melhores para o real, a Bolsa e os juros domésticos – e que o índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos abaixo do consenso apenas as chancelava.

O DI para janeiro de 2024 fechou com taxa de 12,85%, de 12,83% no ajuste de ontem. O janeiro 2025 foi de 10,76% a 10,83%. O janeiro 2027 passou de 10,12% a 10,175%. E o janeiro 2029 teve leve elevação, de 10,46% a 10,47%.

No câmbio, o dólar futuro prosseguiu em baixa firme, seguindo a tendência global. A moeda para agosto cedeu 0,73%, aos R$ 4,8350

Estadão conteúdo

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