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Economia

Itaú estima saída de até US$ 35 bilhões do Brasil com tributação de dividendos

Itaú prevê onda de remessas para evitar tributação de dividendos

Redação Jornal de Brasília

25/11/2025 18h22

itau agência

Foto: Divulgação

JÚLIA MOURA
FOLHAPRESS

O Itaú estima uma saída entre US$ 25 bilhões (R$ 134,3 bilhões) e US$ 35 bilhões (R$ 188 bilhões) do Brasil neste quarto trimestre com a tributação de dividendos. O valor fica acima da média histórica anual de US$ 15 bilhões (R$ 80,9 bilhões) de saída no período.

Desde 1996, dividendos são isentos de Imposto de Renda, o que pode mudar com a reforma do IR, prevista para ser sancionada pelo presidente Lula (PT) nesta quarta-feira (26).

O texto diz que não serão tributados lucros e dividendos apurados até 2025, desde que a distribuição tenha sido aprovada até 31 de dezembro deste ano. Também é necessário que “o pagamento, o crédito, o emprego ou a entrega” do dinheiro ocorra até 2028.

Como mostrou a Folha de S.Paulo, as empresas brasileiras de capital aberto possuem US$ 45 bilhões (cerca de R$ 240 bilhões) em lucros acumulados que ainda não foram repassados a seus sócios, valor que precisaria ser pago até 2028 para que seus principais acionistas escapem do Imposto de Renda Mínimo.


Os dados fazem parte de levantamento da Abrasca (associação das companhias abertas), que estima que 60% seriam destinados a investidores estrangeiros, ou seja, US$ 27 bilhões.

Já a estimativa do Itaú foi feita com base na saída de capital observada em 2021, quando a Câmara dos Deputados aprovou a proposta de tributação dividendos em 15%.

“Depois, acabou não passando no Senado, mas a aprovação na Câmara já ajudou a levar essas remessas da média de 1,8% para 4% do passivo externo líquido. Se o mesmo acontecer agora, podemos estar vendo uma saída no final do ano entre US$ 25 e US$ 35 bilhões”, diz Mário Mesquita, economista-chefe do banco.

A potencial saída de dólares acima da média neste ano deve pressionar o real, podendo acarretar intervenções do Banco Central.

“É um fluxo a mais de saída que pode pressionar a moeda daqui para o final do ano e é o que desestimula o posicionamento mais favorável no real nesse curto prazo”, afirma Mesquita.

O banco projeta uma taxa de câmbio de R$ 5,35 ao término de 2025 e de R$ 5,50, em 2026. Nesta terça (25), o dólar comercial está a R$ 5,37 na venda.

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