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Economia

Ibovespa ignora moderação de NY e sobe acima dos 119 mil pontos por otimismo com Brasil

Com isso, o Ibovespa tem condições de mirar novamente a marca dos 120 mil pontos, importante região de resistência e que foi reconquistada no último dia 21

Redação Jornal de Brasília

03/07/2023 11h37

Foto: Divulgação

A nova rodada de redução nas projeções de inflação no boletim Focus, que tende a elevar expectativas de queda de 0,50 ponto porcentual da Selic em agosto, estimula alta do Ibovespa no primeiro dia útil de julho e do segundo semestre. O indicador da B3 ainda se beneficia das perspectivas de avanço da pauta econômica doméstica no Congresso nesta semana, além de sinais de melhora do sentimento econômico chinês, ainda que o minério tenha fechado em baixa e o petróleo recue.

Com isso, o Ibovespa tem condições de mirar novamente a marca dos 120 mil pontos, importante região de resistência e que foi reconquistada no último dia 21 (120.420,26 pontos no fechamento), mas logo perdida. “Temos de seguir perseguindo o nível acima de 120 mil pontos quando se pode ganhar maior tração”, destaca o economista Álvaro Bandeira. Na sexta-feira, o índice fechou em baixa de 0,25%, aos 118.087 pontos, mas com alta de 9,00% em junho. Às 11h15 desta segunda-feira, 3, o Índice subia 1,15%, aos 119.446,99 pontos, após elevação de 1,24%, com máxima aos 119.556,97 pontos e abertura aos 118 902,02 pontos.

Em Nova York, as bolsas operam com sinais divergentes moderados. Os mercados dos EUA encerram os negócios mais cedo hoje e ficam fechados na terça-feira (4) por conta do feriado em celebração do Dia da Independência do país. Com isso, a liquidez do Índice Bovespa pode ser comprometida.

Fica ainda no radar a agenda com diversas divulgações que poderão nortear os negócios. Sairão, por exemplo, o payroll dos EUA e a ata do Federal Reserve, que serão avaliados com afinco, sobretudo após dados fracos de manufatura na Europa, na China e no Japão informados hoje, e no momento em que os bancos centrais indicam endurecer suas políticas monetárias.

“Todos os holofotes estarão sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos, o payroll, a ser divulgado na sexta, que pode calibrar as expectativas sobe as novas altas a serem promovidas pelo Fed”, analisa Marianna costa, economista-chefe do TC.

No Brasil, a expectativa é de avanços na seara fiscal. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), traçou uma agenda de trabalho nesta semana que inclui as votações do projeto que restitui o voto de qualidade no Carf, a nova regra fiscal e de um primeiro turno da reforma tributária. Lira pautou a discussão da proposta na sessão deliberativa que será hoje na Câmara. A intenção é acelerar os trâmites para que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária seja aprovada ainda nesta semana, ao menos em primeiro turno.

Como destaca Bandeira, a semana é “crucial” para decisões da aérea econômica, com a Câmara prometendo esforço concentrado para votar projetos relevantes para a política fiscal.

Ao mesmo tempo, anima o Ibovespa a pesquisa Focus, após a manutenção da meta de inflação em 3,0% de 2024 a 2026, na semana passada. As expectativas inflacionárias voltaram a cair, especialmente em prazos mais longos, que tiveram recuo significativo. Para este ano, a expectativa para o IPCA – índice de inflação oficial – na Focus caiu de 5,06% para 4,98%. Um mês antes, a mediana era de 5,69%. Para 2024, foco da política monetária, a projeção cedeu de 3,98% para 3,92%. Há um mês, era de 4,12%.

“As projeções ratificam a percepção de que o BC deve começar a cortar os juros na reunião de agosto”, diz a economista-chefe do TC. No boletim, a estimativa de Selic para 2023, cedeu de 12,25% para 12,00% ao ano.

“Os juros futuros estão caindo, o que denota otimismo com a economia brasileira, apesar do PMI Industrial do Brasil ter vindo fraco ficou em 46,6 em junho, de 47,1 em maio. O mercado ignorou isso. Parece que prevalece a ideia de queda da Selic e que virá algum estimulo da China”, avalia Guilherme Paulo, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

Além de fatores internos, como a perspectiva crescente de queda da Selic em agosto, o exterior também ajuda, menciona o economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria. “Lá fora tem algum sinal positivo após informação de que a Yellen visitará a China. Traz um alento para essa relação conturbada entre EUA e China”, diz. Com isso, apesar da queda do petróleo e do minério, Vale – sobe quase 3,00% – e Petrobras (ganhos de quase 1,5%) avançam com força.

Perto de 11h, o Ibovespa subia 1,04%, aos 119.310,72 pontos, após avançar 1,24%, na máxima aos 119.556,97 pontos. “Aqui, já vem nesse embalo há algum tempo por conta da melhora do ambiente econômico. O cenário de queda de juros está cada vez mais claro, o que favorece o Ibovespa, que pode ir a 120 mil pontos nas próximas semanas, ou até mais alto”, afirma o economista da Tendências.

Estadão Conteúdo

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