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Economia

Ibovespa cai 0,32%, aos 117,8 mil pontos, com poucos catalisadores na sessão

Nesta terça-feira, o índice de referência da B3 reverteu também o pequeno avanço visto até o começo da tarde

Redação Jornal de Brasília

18/07/2023 18h07

Foto: Reprodução/ Flickr

Em dia com poucos catalisadores para os negócios, o Ibovespa se acomodou um pouco abaixo dos 118 mil pontos, em recuo de 0,32% no fechamento da sessão, em que oscilou dos 117 324,10 aos 118.731,86, da mínima à máxima do dia, e encerrou aos 117.841,19, devolvendo boa parte do leve ganho do dia anterior. Nesta terça-feira, o índice de referência da B3 reverteu também o pequeno avanço visto até o começo da tarde, não conseguindo acompanhar o desempenho moderadamente positivo em Nova York, onde o destaque foi o Dow Jones, em alta de 1,06% no encerramento.

Tão fraco quanto o de ontem, o giro ficou em R$ 18,7 bilhões na sessão. No mês, o Ibovespa cede 0,21%, mas avança 7,39% no ano e está positivo na semana (+0,11%). Na B3, o desempenho majoritariamente negativo dos grandes bancos (Itaú PN -1,94%) tirou o suporte que havia assegurado no dia anterior ao Ibovespa, em sessão mais uma vez desfavorável, ainda que levemente, às ações de commodities (Vale ON -0,63%; Petrobras ON -0,86%, PN -0,55%).

Na ponta do índice, destaque nesta terça-feira para Yduqs (+7,11%), Pão de Açúcar (+4,80%), Alpargatas (+4,04%), Cogna (+3,76%) e Prio (+2,83%), com Assai (-2,81%), JBS (-2,77%), Minerva (-2,13%) e Méliuz (-2,09%) no lado oposto.

Ao fim, “o Ibovespa apresentou pequena queda, enquanto o dólar operou de forma estável na sessão. O principal índice da B3 esteve em equilíbrio entre o desempenho mais fraco das ações relacionadas a commodities e o avanço de parte dos papéis associados à economia local”, comenta Carlos Honorato, professor da FIA Business School, que chama atenção para a perda de vigor da economia chinesa, a que a B3 tem forte exposição pelo peso das ações de matérias primas na composição do Ibovespa.

“Dificuldades na segunda maior economia do mundo colocarão mais pressão sobre o crescimento global. A economia da China perdeu ritmo no segundo trimestre devido à queda das exportações, ao baixo desempenho das vendas no varejo e a um setor imobiliário estagnado”, acrescenta Honorato.

Na ausência de novos sinais ruins, como a fraca leitura sobre o PIB chinês na virada para a segunda-feira, a sessão de hoje foi relativamente tranquila também para os índices de ações nos Estados Unidos, com dados sobre vendas do varejo no país, às 9h30, trazendo núcleo e índice um pouco abaixo do esperado para junho, o que resultou, a princípio, em algum estresse para o índice DXY, que contrapõe o dólar a referências como euro, iene e libra, e também na curva de juros americana. Mas tal movimento se mostrou pontual, transitório, observa Helder Wakabayashi, analista da Toro Investimentos.

Aqui, “há ainda uma grande expectativa pelo início de corte dos juros, mas os fortes balanços corporativos divulgados no exterior fazem com que o dólar responda de forma expressiva. A gente sabe que, no Brasil, o corte de juros em agosto é bem provável, mas há incerteza se será de 0,25 ou de meio ponto porcentual. Os balanços corporativos nos Estados Unidos têm dado uma ideia da direção da economia americana, e o lucro do Bank of America no segundo trimestre foi, de certa forma, um fator de alívio, inclusive para quem espera que os juros americanos fiquem entre 5% e 5,25% no ano”, diz Paloma Lopes, economista da Valor Investimentos.

Em geral, nesta terça-feira, as ações de grandes bancos operaram em forte alta nos principais mercados acionários do mundo, após o sólido balanço do Bank of America (BofA) ter reforçado a percepção de que o setor financeiro deixou para trás turbulências que resultaram na quebra de três instituições de médio porte nos Estados Unidos no primeiro semestre do ano.

Por aqui, ontem, a leitura mais recente do IBC-Br, em retração de 2% em maio ante abril, veio em momento no qual a desaceleração da inflação animava o mercado, em consonância com um quadro de resiliência econômica e também do mercado de trabalho doméstico.

“A taxa de juros é como freio de mão, e a elevação foi necessária no momento em que também se discutia muito a situação das contas públicas, o que resultava na colocação de prêmios na curva. O quadro para as contas públicas é mais positivo desde o arcabouço fiscal, e agora com a reforma tributária. Mas o início de cortes tende a ser parcimonioso, começando por 25 pontos-base e podendo ir depois a 50 pontos, com a Selic chegando a 12%, 12,5% no fim do ano, e a um dígito no fim de 2024”, diz Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos.

A perspectiva de juros mais baixos ao longo deste segundo semestre vinha induzindo, especialmente em junho, uma recuperação de preços dos ativos em Bolsa. Mas o gás da retomada tem se mostrado mais curto desde a virada para julho, mês em que, até aqui, o Ibovespa tem aparado um pouco do avanço de 9% que havia acumulado no anterior. Nas últimas quatro sessões, sem quebras, o Ibovespa tem basicamente devolvido o que acumula no dia precedente, com a linha de 117 mil pontos prevalecendo na maioria dos fechamentos desde o último dia 10, após ter sustentado os 119 mil pontos entre 3 e 5 de julho.

Estadão conteúdo

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