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Economia

Haddad diz que ‘BC precisa fazer trabalho dele’ para país crescer

O ministro disse que o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre surpreendeu positivamente

Redação Jornal de Brasília

05/12/2023 19h43

Foto: Paulo Pinto

RENATO MACHADO

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (5) que “o Banco Central precisa fazer o trabalho dele” no processo de corte de juros para que o país garanta o crescimento esperado neste ano e em 2024.

O ministro disse que o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre surpreendeu positivamente, mas considerou o desempenho fraco. Ele chamou atenção para o fato de o BC ter iniciado o ciclo de corte nas taxas apenas em agosto e fez uma cobrança à autoridade monetária.

“Tivemos um PIB positivo, mas fraco. Com o corte nas taxas de juros, nós esperamos o PIB com mais de 3% de crescimento em 2023 e um crescimento na faixa de 2,5% no ano que vem. Mas o BC precisa fazer o trabalho dele”, disse à imprensa.

As falas remetem à estratégia de comunicação do governo no início do ano, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outros integrantes do PT direcionavam ataques ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, cobrando a queda nas taxas em nome da atividade econômica. A artilharia diminuiu, no entanto, após os indicados por Lula tomarem posse na diretoria da autarquia e a os juros começarem a cair.

A declaração de Haddad foi dada no mesmo dia em que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil perdeu força no terceiro trimestre deste ano, com avanço de 0,1% em relação ao segundo trimestre.

Haddad também participou na manhã desta terça-feira (5) da transmissão ao vivo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas redes sociais, o Conversa com o Presidente.

A transmissão foi feita de Berlim, na Alemanha. O país europeu é a última parada da viagem internacional que Lula iniciou na semana passada. Ele passou por Arábia Saudita, Qatar e Emirados Árabes Unidos, onde participou da COP 28.

“Nós atingimos uma taxa de juros muito elevada em julho, um patamar mais alto de taxa de juro, e o Banco Central começou a cortar taxa de juros a partir de agosto. Então quero crer que, com as medidas que estamos tomando no Congresso, com o Congresso aprovando as medidas que estamos encaminhando, inclusive a Reforma Tributária, que vai ser a primeira feita em regime democrático e a mais ampla da nossa história, mais as leis e medidas provisórias que encaminhamos, o brasileiro pode esperar uma economia cada vez mais forte”, completou.

Também na live, o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta, disse que o resultado do PIB para o terceiro trimestre é a garantia de que a economia brasileira crescerá mais de 3% neste ano. “Com isso, o Ministério do Planejamento, mas principalmente a equipe do ministro Haddad, estão vibrando porque isto é a garantia que o PIB esse ano cresce mais do que 3%”, disse.

O resultado divulgado pelo IBGE nesta terça-feira (5) ficou acima da mediana das estimativas do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam baixa de 0,3% no período.

O resultado do terceiro trimestre vem após a atividade econômica registrar desempenho acima do esperado na primeira metade de 2023. O PIB havia sido impulsionado pela agropecuária no primeiro trimestre e por parte dos serviços e da indústria no segundo.

De julho a setembro, o Brasil ainda registrou sinais positivos no mercado de trabalho, de acordo com dados do próprio IBGE. A geração de vagas de emprego formal e o aumento da renda média e da massa salarial foram vistos por analistas como fatores de estímulo para o consumo de bens e serviços.

No acumulado de 2023, a projeção do mercado financeiro é de crescimento de 2,84% para o indicador, conforme a mediana da edição mais recente do boletim Focus, divulgada pelo BC na segunda-feira (4) ou seja, antes da publicação dos dados do PIB de julho a setembro. A estimativa para 2024 é de avanço menor, de 1,5%.

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