O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou nesta quinta-feira, 02, que o governo deve licitar em 2016 a faixa de transmissão VHF que hoje é ocupada pelos canais analógicos de 7 a 13. Segundo ele, essa frequência poderia ser ocupada por novos canais de televisão após o fim do processo de digitalização da TV, prevista para terminar em 2018.
De acordo com o ministro, ainda há dúvidas sobre se esse espectro poderia, futuramente, ser sincronizado de forma a permitir que os canais pudessem ser vistos por celular. “Estamos fazendo testes para ver. Se os testes derem negativo e não pegar no celular, mas ainda assim houver interesse de se fazer radiodifusão, vai estar cheio de gente querendo. É algo que tem valor comercial”, afirmou.
O ministro ressaltou, porém, que é possível que uma solução tecnológica seja encontrada para resolver esse problema até o leilão. “Se os testes mostrarem que pega no celular, vai ficar igual às outras. Se não pegar, então o governo vai dizer que vai licitar, mas com o esclarecimento prévio de que isso não vai poder ser sincronizado.”
Para Bernardo, essa faixa deve ter grande demanda em cidades como São Paulo e Rio, onde o espectro está esgotado. “Há quem diga que se trata de um espaço de segunda categoria, mas eu acho um erro tratar desse jeito. É um espaço importante e com certeza vai ter boas soluções técnicas para ser usado”, disse. “Os canais mais baixos exigem menor investimento em infraestrutura. Como eles propagam mais longe, com certeza vai ter bastante uso.”
O ministro disse ainda que a proposta do governo é cumprir o cronograma de desligamento da TV analógica em 2018. “Nós tínhamos feito uma proposta que acho que ia até 2020, mas a Casa Civil recomendou que seja até 2018”, afirmou. “Não teria impedimento para 2020, mas eles achavam que ficava um horizonte muito longo, então pusemos 2018.” Bernardo reconheceu que os canais analógicos poderiam, em tese, continuar a funcionar após esse prazo. “Tecnicamente isso é possível, mas não é isso que estamos colocando no decreto. A proposta é encerrar e desligar o analógico em 2018.”