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Economia

Governo destaca Mercado São José no feirão de imóveis que inclui Palácio Capanema

Entre os imóveis destacados como vendáveis pelo governo Bolsonaro, está o Mercado São José das Artes, em Laranjeiras, na zona sul da cidade

Redação Jornal de Brasília

27/08/2021 15h38

Foto: Agência Brasil

Catia Seabra
FolhaPress

O Ministério da Economia lançou, nesta sexta-feira (27), o Feirão de Imóveis SPU+, colocando à venda cerca de 2.200 propriedades no Rio de Janeiro. Entre os imóveis destacados como vendáveis pelo governo Bolsonaro, está o Mercado São José das Artes, que já abrigou um efervescente espaço cultural e gastronômico, em Laranjeiras, na zona sul da cidade.

Pelo modelo da PAI (Proposta de Aquisição de Imóveis), o interessado, pessoa física ou jurídica, pode apresentar proposta de compra para qualquer imóvel da União. Cartilha do Ministério afirma que uma das principais inovações é que “qualquer imóvel federal pode receber uma PAI, cujo procedimento é realizado 100% online”, dando início à concorrência pública.

Comunicado publicado no site do Ministério da Economia cita o Edifício A Noite, na Praça Mauá; o Edifício Inmetro, no Rio Comprido; o Edifício Engenheiro Renato Feio, no centro, e o galpão do antigo Caserj, na zona portuária, como exemplos de imóveis icônicos passíveis de receberem propostas de aquisição.

Embora não figure no texto de divulgação, o Palácio Capanema –cuja intenção de venda provocou reação no meio cultural– está entre os imóveis que podem receber propostas. No entanto, não há em curso qualquer processo de privatização do edifício.

A cartilha exibe também uma fotografia da fachada do Mercado São José, pertencente ao INSS. O espaço –que abrigava restaurantes, estúdio de música, um centro cultural, um ateliê de arte, um grupo de capoeira e sediava três blocos de carnaval– fechou as portas após disputa judicial entre governo e lojistas. A PAI é apontada pelo governo como um instrumento que acelera e facilita o processo de venda de imóveis da União, a cargo da SPU (Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União).

A intenção de venda do Palácio Gustavo Capanema causou reação entre arquitetos e urbanistas. Nas páginas do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), o prédio é descrito como símbolo da arquitetura moderna brasileira. A edificação de 16 andares é fruto do encontro de nomes como Lucio Costa, Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Carlos Leão, Ernany de Vasconcelos e Jorge Machado Moreira, sob a consultoria de Le Corbusier.

“Pela primeira vez no Brasil, um edifício reuniu as principais características da arquitetura moderna, com o uso de pilotis, planta livre, terraço-jardim, fachada livre e janelas em fita. Somados a eles, também estiveram Burle Marx, Cândido Portinari, Bruno Giorgi, Adriana Janacópulus, Celso Antônio e Jacques Lipchitz, consolidando o time responsável pelas artes integradas, com pinturas, esculturas e paisagismo”, afirma o site oficial do governo.

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